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                               CONCLAMAÇÃO DE CHICAGO (EUA): UM APELO 
                              AOS EVANGÉLICOS Maio de 1977
 
                              CONCLAMAÇÃO DE CHICAGO (EUA): UM APELO 
                              AOS EVANGÉLICOS Maio de 1977  
                               PRÓLOGO
 
                                PRÓLOGO 
                               Em cada época o Espírito 
                                Santo chama a Igreja a examinar sua fé 
                                na revelação de Deus na Escritura. 
                                Nós reconhecemos com gratidão a 
                                bênção de Deus através 
                                do ressurgimento evangélico na Igreja. 
                                Todavia, a cada época de crescimento, devemos 
                                estar alerta para as nossas fraquezas. 
                                
                                Entendemos que hoje os evangélicos estão 
                                impossibilitados de alcançar completa maturidade 
                                como conseqüência do reducionismo de 
                                sua fé histórica. Há uma 
                                necessidade de refletir na substância da 
                                fé bíblica e histórica e 
                                de recuperar a totalidade de sua herança. 
                                Sem pretender contemplar todas as nossas necessidades, 
                                identificamos oito temas nos quais, nós 
                                cristãos evangélicos, devemos fazer 
                                cuidadosas considerações teológicas: 
                                
                                
                                 UM APELO À CONTINUIDADE DAS RAÍZES HISTÓRICAS
 
                                UM APELO À CONTINUIDADE DAS RAÍZES HISTÓRICAS 
                                
                                Confessamos que freqüentemente 
                                temos nos esvaziado das abundantes riquezas de 
                                nossa herança cristã, fruto de uma 
                                postura na qual acredita-se que a obra do Espírito 
                                Santo e o testemunho das Escrituras estão 
                                desconectados com o passado. Agindo assim, tornamo-nos 
                                teologicamente rasos, espiritualmente fracos, 
                                e ao mesmo tempo encobrimos o que Deus fez aos 
                                que nos antecederam na fé e valorizamos 
                                nossa cultura em detrimento da obra divina. 
                                
                                Assim, conclamamos os evangélicos a uma 
                                redescoberta de nossa completa herança 
                                cristã. Através da história 
                                da Igreja existe um impulso evangélico 
                                para proclamar a imerecida graça de Deus 
                                e a reforma da Igreja de acordo com as Escrituras. 
                                
                                
                                Este impulso aparece nas doutrinas dos concílios 
                                ecumênicos, na piedade dos pais da Igreja, 
                                na teologia agostiniana da graça, no zelo 
                                dos reformadores monásticos, na devoção 
                                dos místicos e na integridade intelectual 
                                dos humanistas cristãos. Ela floresce na 
                                fidelidade bíblica dos reformadores protestantes, 
                                continua nos esforços dos puritanos e piedosos 
                                para complementar e aperfeiçoar a Reforma; 
                                é reafirmada nos esforços dos movimentos 
                                de avivamento dos séculos 18 e 19 que uniram 
                                luteranos, reformados, wesleyanos e outros evangélicos 
                                no esforço ecumênico para renovar 
                                a igreja e estender sua missão na proclamação 
                                e na demonstração social do Evangelho. 
                                
                                
                                 UM APELO À FIDELIDADE BÍBLICA
 
                                UM APELO À FIDELIDADE BÍBLICA 
                                
                                Lamentamos nossa tendência 
                                para a interpretação individualista 
                                da Bíblia. Isto corta pela raiz o caráter 
                                objetivo da revelação bíblica, 
                                e nega a orientação do Espírito 
                                Santo no pensar teológico dos antigos. 
                                
                                
                                Afirmamos que as Escrituras são a infalível 
                                Palavra de Deus, a base da autoridade da Igreja. 
                                Afirmamos que Deus usa as Escrituras para julgar 
                                e purificar seu Corpo. A Igreja iluminada e guiada 
                                pelo Espírito Santo deve interpretar, proclamar 
                                e viver as Escrituras. 
                                
                                 UM APELO À IDENTIDADE CREDAL
 
                                UM APELO À IDENTIDADE CREDAL 
                                
                                Lamentamos os dois extremos: 
                                de um lado uma igreja credal que somente recita 
                                uma fé herdada do passado, e de outro, 
                                uma igreja de credos que adoece em um vazio doutrinal. 
                                Confessamos que, como evangélicos, não 
                                somos imunes a estes defeitos. 
                                
                                Afirmamos a necessidade, no tempo atual, de uma 
                                Igreja que confesse, que dê testemunho de 
                                sua fé ao mundo, mesmo sob perseguição. 
                                Em todos os tempos a Igreja deve atestar sua fé 
                                contra heresias e paganismo. O que é necessário 
                                é uma vibrante confissão exclusiva 
                                e inclusiva, cujo objetivo é a purificação 
                                da fé e da prática. A autoridade 
                                confessional é limitada e derivada da autoridade 
                                das Escrituras. A Igreja necessita expressar sua 
                                fé, sem abdicar das verdades aprendidas 
                                no passado. Precisamos articular nosso testemunho 
                                contra as idolatrias e as falsas ideologias de 
                                nossos dias. 
                                
                                 UM APELO À SALVAÇÃO HOLÍSTICA
 
                                UM APELO À SALVAÇÃO HOLÍSTICA 
                                
                                
                                Lamentamos a tendência 
                                dos evangélicos para entender a salvação 
                                unicamente como individual e espiritual, ignorando 
                                as necessidades físicas do mundo e os aspectos 
                                seculares da salvação de Deus na 
                                história. 
                                
                                Incitamos os evangélicos a resgatar a visão 
                                holística da salvação. O 
                                testemunho das Escrituras é que, devido 
                                ao pecado, nosso relacionamento com Deus, conosco 
                                mesmos, com o próximo e com a criação, 
                                foi rompido. Através do sacrifício 
                                de Cristo na cruz, foi possível refazer 
                                este relacionamento. 
                                Onde a Igreja tem sido fiel a este chamado, tem 
                                proclamado a salvação pessoal, tem 
                                sido um canal da cura divina aos necessitados 
                                físicos e emocionais; tem procurado justiça 
                                para os oprimidos e abandonados. 
                                
                                Como evangélicos, desculpamo-nos por nossa 
                                freqüente falha em refletir esta visão 
                                holística da salvação. Assim, 
                                chamamos a Igreja a participar dessa atividade 
                                salvadora de Deus através da prática 
                                e da oração, lutando por justiça 
                                e liberdade aos oprimidos, sem perder de vista 
                                a salvação no novo céu e 
                                nova terra escatológica. 
                                
                                 UM APELO À INTEGRIDADE SACRAMENTAL
 
                                UM APELO À INTEGRIDADE SACRAMENTAL 
                                
                                Depreciamos a pobreza da visão 
                                sacramental entre os evangélicos. Em grande 
                                parte, isso se deve à perda de nossa continuidade 
                                com o ensino de muitos dos pais e reformadores, 
                                resultando na deterioração da vida 
                                sacramental em nossas igrejas. Também a 
                                negligência em refletir sobre a o aspecto 
                                sacramental da ação de Deus no mundo 
                                nos leva a desconsiderar a santidade do viver 
                                diário. 
                                
                                Conclamamos os evangélicos a tomar consciência 
                                das implicações da criação 
                                e da encarnação. Necessitamos reconhecer 
                                que a graça de Deus é medida através 
                                da fé, por obra do Espírito Santo 
                                de um modo extraordinário nos sacramentos 
                                do batismo e da Ceia do Senhor. Aqui a igreja 
                                proclama, celebra e participa da morte e da ressurreição 
                                de Cristo, de modo a alimentar seus membros em 
                                suas vidas em antecipação e comunicação 
                                do seu reino. 
                                
                                 UM APELO À ESPIRITUALIDADE
 
                                UM APELO À ESPIRITUALIDADE 
                                
                                Nós sofremos de uma 
                                negligência de espiritualidade autêntica 
                                por um lado, e um excesso de espiritualidade indisciplinada 
                                por outro lado. Temos com freqüência 
                                procurado uma religiosidade sobre-humana, quando 
                                o modelo bíblico nos fala de uma verdadeira 
                                humanidade liberta da escravidão do pecado 
                                e renovada pelo poder do Espírito Santo. 
                                
                                
                                Conclamamos os evangélicos à busca 
                                de uma espiritualidade que encarne todo o conteúdo 
                                redentor de Cristo: libertação da 
                                culpa, do poder do pecado e vida nova através 
                                da ação do Espírito Santo. 
                                Afirmamos a centralidade da palavra de Deus como 
                                meio pelo qual seu Espírito age para renovar 
                                a igreja quer como corpo quer individualmente 
                                na vida dos crentes. 
                                
                                A verdadeira espiritualidade se identifica com 
                                o sofrimento do mundo e o cultivo da piedade pessoal. 
                                
                                Precisamos redescobrir as fontes devocionais da 
                                igreja, incluindo as tradições evangélicas 
                                da piedade e do puritanismo. 
                                
                                Conclamamos os evangélicos a uma prática 
                                devocional que aprofunde nossa relação 
                                com Cristo e com outros cristãos. 
                                
                                Entre essas fontes, estão disciplinas espirituais 
                                como oração, meditação, 
                                silêncio, jejum e estudo bíblico. 
                                
                                
                                 UM APELO À AUTORIDADE DA IGREJA
 
                                UM APELO À AUTORIDADE DA IGREJA 
                                
                                Lamentamos nossa desobediência 
                                ao senhorio de Cristo como expresso na autoridade 
                                que ele tem dado à sua Igreja. Isto tem 
                                promovido um espírito de autonomia nas 
                                pessoas e grupos que resulta em isolacionismo, 
                                competição e anarquia dentro do 
                                corpo de Cristo. Lamentamos essa ausência 
                                de autoridade eclesiástica que possibilita 
                                o surgimento tanto de lideranças legalistas 
                                por um lado, como, de outro, a indisciplina. 
                                
                                Todos os cristãos estão em submissão 
                                uns aos outros, subordinados coletivamente a uma 
                                liderança constituída, que por sua 
                                vez está submetida a Cristo. A igreja, 
                                como povo de Deus, é a presença 
                                de Cristo no mundo. Cada cristão deve ser 
                                ativo no culto e no serviço através 
                                do exercício de dons e ministérios. 
                                Na igreja, estamos em união vital com Cristo 
                                e com o próximo. Isto evidencia uma comunidade 
                                com profundo envolvimento e compromisso de tempo, 
                                energias e bens. 
                                Além disso, a disciplina na igreja está 
                                baseada na Bíblia e sob a direção 
                                do Espírito Santo. Isto é essencial 
                                para o bem-estar e ministério do povo de 
                                Deus. 
                                
                                 UM APELO À UNIDADE DA IGREJA
 
                                UM APELO À UNIDADE DA IGREJA 
                                
                                Lamentamos o isolamento escandaloso 
                                e a separação entre os cristãos. 
                                Acreditamos que tal divisão é contrária 
                                ao desejo de Cristo para que sejamos um a fim 
                                de que o mundo creia em nosso testemunho. O evangelicalismo 
                                também é historicamente caracterizado 
                                por um uma mentalidade sectária. Falhamos 
                                em não assumir a catolicidade do cristianismo 
                                histórico, como também a amplitude 
                                da revelação bíblica. 
                                
                                Encorajamos os evangélicos ao retorno do 
                                conceito ecumênico dos reformadores e dos 
                                recentes movimentos de renovação 
                                evangélica. Devemos rever criticamente 
                                nossas tradições, reconhecer que 
                                Deus trabalha dentro de várias correntes 
                                históricas. Devemos resistir aos esforços 
                                de se promover a união a qualquer custo, 
                                como também evitar os conceitos espiritualizados 
                                de união de igrejas. Estamos convencidos 
                                de que a unidade em Cristo requer expressões 
                                definidas e concretas. Nesta crença, apreciamos 
                                o desenvolvimento de encontros e cooperações 
                                dentro da igreja de Cristo. 
                                
                                Enquanto evitamos o indiferentismo doutrinário, 
                                encorajamos o aumento de discussões e cooperação, 
                                dentro e fora de suas respectivas tradições, 
                                procurando áreas comuns de concordância 
                                e entendimento.
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                               CREDO APOSTÓLICO
 
                              CREDO APOSTÓLICO
 
 Creio 
                              em Deus Pai Todo-poderoso, Criador do céu 
                              e da terra;
                              E em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso 
                              Senhor, o qual foi concebido por obra do Espírito 
                              Santo, nasceu da virgem Maria, padeceu sob o poder 
                              de Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto 
                              e sepultado; desceu ao Hades, ressuscitou ao terceiro 
                              dia, subiu ao céu e está sentado à 
                              direita de Deus Pai Todo-poderoso, de onde há 
                              de vir a julgar os vivos e os mortos.
                              Creio no Espírito Santo, na santa igreja 
                              católica, na comunhão dos santos, 
                              na remissão dos pecados, na ressurreição 
                              do corpo, na vida eterna. Amém.
                                     
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                               CREDO NICENO
 
                              CREDO NICENO
 
                              Creio em um só Deus, Pai Onipotente, criador 
                              do céu e da terra, e de todas as coisas visíveis 
                              e invisíveis.
                              
                              Creio em um só Senhor, Jesus Cristo, Filho 
                              unigênito de Deus, gerado do Pai antes de 
                              todos os séculos; Deus de Deus, Luz de Luz, 
                              verdadeiro Deus de verdadeiro Deus; gerado, não 
                              feito; consubstancial com o Pai, por quem todas 
                              as coisas foram feitas; que por nós e para 
                              nossa salvação desceu dos céus 
                              e encarnou, por obra do Espírito Santo, da 
                              virgem Maria, e se fez homem. 
                              Foi também crucificado sob o poder de Pôncio 
                              Pilatos, padeceu e foi sepultado. Ressuscitou ao 
                              terceiro dia, segundo as Escrituras, e subiu aos 
                              céus, e está sentado à direita 
                              do Pai; e virá outra vez com glória 
                              para julgar os vivos e os mortos, e o seu reino 
                              não terá fim.
                              
                              Creio no Espírito Santo, Senhor Doador da 
                              vida, procedente do Pai e do Filho; que, com o Pai 
                              e o Filho, é juntamente adorado e glorificado; 
                              o qual falou pelos profetas.
                              
                              E creio na igreja una, santa, católica e 
                              apostólica. Reconheço um só 
                              batismo para remissão dos pecados e espero 
                              a ressurreição dos mortos e a vida 
                              do mundo vindouro. Amém.
 
                              
                              
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                               OS 39 ARTIGOS DE RELIGIÃO
 
                              OS 39 ARTIGOS DE RELIGIÃO  
                              ARTIGO 
                                I - DA FÉ NA SANTÍSSIMA TRINDADE 
                                 
                                
                                Há um único 
                                Deus, vivo e verdadeiro, eterno, sem corpo, sem 
                                partes nem paixões, de infinito poder, 
                                sabedoria e bondade; Criador e Conservador de 
                                todas as coisas visíveis e invisíveis. 
                                E na unidade desta Divindade há três 
                                Pessoas, da mesma substância, poder e eternidade: 
                                o Pai, o Filho, e o Espírito Santo. 
                                
                                ARTIGO 
                                II - DO VERBO OU FILHO DE DEUS, QUE SE FEZ VERDADEIRO 
                                HOMEM 
                                
                                O Filho, que é o Verbo 
                                do Pai, gerado ab æterno do Pai, verdadeiro 
                                e sempiterno Deus, e consubstancial com o Pai, 
                                tomou a natureza humana no ventre da bendita Virgem 
                                e da sua substância; de sorte que as duas 
                                inteiras e perfeitas Naturezas, isto é, 
                                divina e humana, se reuniram em uma Pessoa, para 
                                nunca mais se separarem, das quais resultou Cristo, 
                                verdadeiro Deus e verdadeiro Homem; que verdadeiramente 
                                padeceu, foi crucificado, morto e sepultado, para 
                                reconciliar seu Pai conosco, e ser vítima 
                                não só pela culpa original, mas 
                                também pelos atuais pecados dos homens. 
                                
                                
                                ARTIGO 
                                III - DA DESCIDA DE CRISTO AO HADES 
                                
                                Assim como Cristo morreu por 
                                nós, e foi sepultado; assim também 
                                deve ser crido que desceu ao Hades. 
                                
                                ARTIGO 
                                IV - DA RESSURREIÇÃO DE CRISTO 
                                
                                Cristo verdadeiramente ressurgiu 
                                dos mortos e tomou de novo o seu corpo, com carne, 
                                ossos e tudo o mais pertencente à perfeição 
                                da natureza humana; com o que subiu ao Céu, 
                                e lá está assentado, até 
                                que volte a julgar todos os homens, no derradeiro 
                                dia. 
                                
                                ARTIGO 
                                V - DO ESPÍRITO SANTO 
                                
                                O Espírito Santo, procedente 
                                do Pai e do Filho, é da mesma substância, 
                                majestade e glória que o Pai e o Filho, 
                                verdadeiro e eterno Deus. 
                                
                                ARTIGO 
                                VI - DA SUFICIÊNCIA DAS ESCRITURAS SAGRADAS 
                                PARA A SALVAÇÃO 
                                
                                A Escritura Sagrada contém 
                                todas as coisas necessárias para a salvação; 
                                de modo que tudo o que nela não se lê, 
                                nem por ela se pode provar, não deve ser 
                                exigido de pessoa alguma seja crido como artigo 
                                de fé ou julgado como requerido ou necessário 
                                para a salvação. Pelo nome de Escritura 
                                Sagrada entendemos os Livros canônicos do 
                                Velho e do Novo Testamentos, de cuja autoridade 
                                jamais houve qualquer dúvida na Igreja 
                                . 
                                
                                Dos nomes e número dos livros canônicos 
                                
                                
                                Gênesis - Êxodo - Levítico 
                                - Números - Deuteronômio - Josué 
                                - Juízes - Rute - I Samuel - II Samuel 
                                - I Reis - II Reis - I Crônicas - II Crônicas 
                                - Esdras - Neemias - Ester - Jó - Salmos 
                                - Provérbios - Eclesiastes ou Pregador 
                                - Cântico dos Cânticos - Isaías 
                                - Jeremias - Lamentações de Jeremias 
                                - Ezequiel - Daniel - Oséias - Joel - Amós 
                                - Obadias - Jonas - Miquéias - Naum - Habacuque 
                                - Sofonias - Ageu - Zacarias - Malaquias. 
                                
                                E os outros Livros (como diz Jerônimo) a 
                                Igreja os lê para exemplo de vida e instrução 
                                de costumes; mas não os aplica para estabelecer 
                                doutrina alguma; tais são os seguintes: 
                                
                                III Esdras - IV Esdras - Tobias - Judite - O restante 
                                dos livros de Ester - Sabedoria - Jesus, filho 
                                de Siraque - Baruque - O Cântico dos Três 
                                Mancebos - A história de Suzana - De Bel 
                                e o dragão - Oração de Manassés 
                                - I Macabeus - II Macabeus. 
                                
                                Recebemos e contamos por canônicos todos 
                                os 27 Livros do Novo Testamento, como são 
                                comumente recebidos. 
                                
                                ARTIGO 
                                VII - DO VELHO TESTAMENTO 
                                
                                O Velho Testamento não 
                                é contrário ao Novo; porquanto em 
                                ambos, tanto o Velho como o Novo, se oferece a 
                                vida eterna ao gênero humano, por Cristo, 
                                que é o único mediador entre Deus 
                                e o homem sendo ele mesmo Deus e homem. Portanto 
                                não devem ser ouvidos os que pretendem 
                                que os antigos pais só esperaram promessas 
                                transitórias. Ainda que a Lei de Deus, 
                                dada por meio de Moisés, no que respeita 
                                a cerimônia e ritos, não obrigue 
                                os cristãos, nem devem ser recebidos necessariamente 
                                os seus preceitos civis em nenhuma comunidade; 
                                todavia, não há cristão algum 
                                que esteja isento, da obediência aos mandamentos 
                                que se chamam morais. 
                                
                                ARTIGO 
                                VIII - DOS CREDOS 
                                
                                O Credo Niceno e o que ordinariamente 
                                se chama Símbolo dos Apóstolos devem 
                                ser inteiramente recebidos e cridos; porque se 
                                podem provar com autoridade muito certa da Escritura 
                                Sagrada. 
                                
                                ARTIGO 
                                IX - DO PECADO ORIGINAL 
                                
                                O pecado original não 
                                consiste na imitação de Adão 
                                (como vãmente pregado pelos pelagianos); 
                                é, porém, a falta e corrupção 
                                da natureza de todo o homem gerado naturalmente 
                                da semente de Adão; pelas quais o homem 
                                dista muitíssimo da retidão original 
                                e é de sua própria natureza inclinado 
                                ao mal, de sorte que toda a carne sempre cobiça 
                                contra o espírito; e, por isso, toda pessoa 
                                que nasce neste mundo merece a ira e condenação 
                                de Deus. E esta infecção da natureza 
                                ainda permanece também nos que são 
                                regenerados, pela qual o apetite carnal chamado 
                                em grego phrônema sarkós (que uns 
                                interpretam sabedoria, outros sensualidade, outros 
                                afeição e outros desejo carnal), 
                                não sujeito à Lei de Deus e apesar 
                                de que não há condenação 
                                para os que crêem e são batizados, 
                                contudo o apóstolo confessa que a concupiscência 
                                e a luxúria têm em si mesmas a natureza 
                                do pecado. 
                                
                                ARTIGO 
                                X - DO LIVRE ARBÍTRIO 
                                
                                A condição do 
                                homem depois da queda de Adão é 
                                tal que ele não pode converter-se e preparar-se 
                                a si mesmo por sua própria força 
                                natural e boas obras, para a fé e invocação 
                                a Deus. Portanto não temos o poder de fazer 
                                boas agradáveis e aceitáveis a Deus, 
                                sem que a graça de Deus por Cristo nos 
                                previna, para que tenhamos boa vontade, e coopere 
                                conosco enquanto temos essa boa vontade. 
                                
                                ARTIGO 
                                XI - DA JUSTIFICAÇÃO DO HOMEM 
                                
                                Somos reputados justos perante 
                                Deus, somente pelo mérito do nosso Senhor 
                                e Salvador Jesus Cristo pela Fé, e não 
                                por nossos próprios merecimentos e obras. 
                                Portanto, é doutrina mui saudável 
                                e cheia de consolação a de que somos 
                                justificados somente pela fé, como se expõe 
                                mais amplamente na Homilia da Justificação. 
                                
                                
                                ARTIGO 
                                XII - DAS BOAS OBRAS 
                                
                                Ainda que as boas obras, que 
                                são os frutos da fé, e seguem a 
                                justificação, não possam 
                                expiar os nosso pecados, nem suportar a severidade 
                                do juízo de Deus; são, todavia, 
                                agradáveis e aceitáveis a Deus em 
                                Cristo, e brotam necessariamente duma verdadeira 
                                e viva fé; tanto que por elas se pode conhecer 
                                tão evidentemente uma fé viva como 
                                uma árvore se julga pelo fruto. 
                                
                                ARTIGO 
                                XIII - DAS OBRAS ANTES DA JUSTIFICAÇÃO 
                                
                                
                                As obras feitas antes da graça 
                                de Cristo, e da inspiração do seu 
                                Espírito, não são agradáveis 
                                a Deus, porquanto não procedem da fé 
                                em Jesus Cristo; nem fazem os homens dignos de 
                                receber a graça, nem (como dizem os autores 
                                escolásticos) merecem a graça de 
                                congruidade; muito pelo contrário, visto 
                                que elas não são feitas como Deus 
                                quis e ordenou que fossem feitas, não duvidamos 
                                terem elas a natureza do pecado. 
                                
                                ARTIGO 
                                XIV - DAS OBRAS DE SUPERERROGAÇÃO 
                                
                                
                                As obras voluntárias, 
                                que excedem os mandamentos de Deus, e que se chamam 
                                obras de supererrogação, não 
                                se pode ensinar sem arrogância e impiedade; 
                                porque por elas declaram os homens que não 
                                só rendem a Deus tudo a que são 
                                obrigados, mas também a favor dele fazem 
                                mais do que, como rigoroso dever, lhes é 
                                requerido; ainda que Cristo claramente disse: 
                                Quando tiveres feito tudo o que vos está 
                                ordenado dizei: Somos servos inúteis. 
                                
                                ARTIGO 
                                XV - DE CRISTO ÚNICO SEM PECADO 
                                
                                Cristo, na verdade de nossa 
                                natureza foi feito semelhante a nós em 
                                todas as coisas exceto no pecado, do qual foi 
                                totalmente isento, tanto na sua carne como no 
                                seu espírito. Ele veio para ser o Cordeiro 
                                imaculado, que, pelo sacrifício de si mesmo 
                                uma vez oferecido tirasse os pecados do mundo; 
                                e o pecado (como diz S. João) não 
                                estava nele. Porém nós, os demais 
                                homens, posto que batizados, e nascidos de novo 
                                em Cristo, ainda pecamos em muitas coisas; e se 
                                dissermos que não temos pecado, a nós 
                                mesmos nos enganamos, e não há verdade 
                                em nós. 
                                
                                ARTIGO 
                                XVI - DO PECADO DEPOIS DO BATISMO 
                                
                                Nem todo pecado mortal voluntariamente 
                                cometido depois do Batismo é pecado contra 
                                o Espírito Santo, e irremissível. 
                                Pelo que não se deva negar a graça 
                                do arrependimento aos que tiverem caído 
                                em pecado depois do batismo. Depois de termos 
                                recebido o Espírito Santo, podemos apartar-nos 
                                da graça concedida, e cair em pecado, e 
                                pela graça de Deus levantar-nos de novo 
                                e emendar nossas vidas. Devem, portanto, ser condenados 
                                os que dizem que já não podem pecar 
                                mais, enquanto aqui vivem, ou os que negam a oportunidade 
                                de perdão às pessoas verdadeiramente 
                                arrependidas. 
                                
                                ARTIGO 
                                XVII - PREDESTINAÇÃO E ELEIÇÃO 
                                
                                
                                A predestinação para a vida é 
                                o eterno propósito de Deus, pelo qual (antes 
                                de lançados os fundamentos do mundo) tem 
                                constantemente decretado por seu conselho, a nós 
                                oculto, livrar da maldição e condenação 
                                os que elegeu em Cristo dentre o gênero 
                                humano, e conduzi-los por Cristo à salvação 
                                eterna, como vasos feitos para a honra. Por isso 
                                os que se acham dotados de um tão excelente 
                                benefício de Deus, são chamados 
                                segundo o propósito de Deus, por seu Espírito 
                                operando em tempo devido; pela graça obedecem 
                                à vocação; são justificados 
                                gratuitamente; são feitos filhos de Deus 
                                por adoção; são criados conforme 
                                a imagem de seu Unigênito Filho Jesus Cristo; 
                                vivem religiosamente em boas obras, e enfim chegam, 
                                pela misericórdia de Deus, à felicidade 
                                eterna. 
                                
                                Assim como a pia consideração da 
                                predestinação, e da nossa eleição 
                                em Cristo, é cheia de um doce, suave, e 
                                inexplicável conforto para as pessoas devotas, 
                                e os que sentem em si mesmos a operação 
                                do Espírito de Cristo, mortificando as 
                                obras da carne, e seus membros terrenos, e levantando 
                                o seu pensamento às coisas altas e celestiais, 
                                não só porque muito estabelece e 
                                confirma a sua fé na salvação 
                                eterna que hão de gozar por meio de Cristo, 
                                mas porque veemente acende o seu amor para com 
                                Deus; assim para as pessoas curiosas e carnais, 
                                destituídas do Espírito de Cristo, 
                                o ter de contínuo diante dos seus olhos 
                                a sentença da Predestinação 
                                de Deus, é um princípio muitíssimo 
                                perigoso, por onde o Diabo as arrasta ao desespero, 
                                ou a que vivam numa segurança de vida impuríssima, 
                                não menos perigosa que a desesperação. 
                                
                                
                                Além disso, devemos receber as promessas 
                                de Deus de modo que nos são geralmente 
                                propostas nas Escrituras Sagradas; e seguir em 
                                nossas obras a vontade de Deus, que nos é 
                                expressamente declarada na Sua Palavra. 
                                
                                ARTIGO 
                                XVIII - DE OBTER A SALVAÇÃO ETERNA 
                                UNICAMENTE PELO NOME DE CRISTO 
                                
                                Devem ser também tidos 
                                por amaldiçoados os que se atrevem a dizer 
                                que todo o homem será salvo pela lei ou 
                                seita que professa, contanto que seja cuidadoso 
                                em modelar sua vida segundo essa lei e o lume 
                                da natureza. Porque a Escritura Santa somente 
                                nos propõe o nome de Jesus Cristo, como 
                                único meio pelo qual os homens se hão 
                                de salvar. 
                                
                                ARTIGO 
                                XIX - DA IGREJA 
                                
                                A Igreja visível de 
                                Cristo é uma congregação 
                                de fiéis, na qual é pregada a pura 
                                Palavra de Deus, e são devidamente administrados 
                                os sacramentos conforme à Instituição 
                                de Cristo em todas as coisas que necessariamente 
                                se requerem neles. 
                                Assim como a Igreja de Jerusalém, de Alexandria, 
                                e de Antioquia erraram; assim também a 
                                Igreja de Roma errou, não só quanto 
                                às suas práticas, ritos e cerimônias, 
                                mas também em matéria de fé. 
                                
                                
                                ARTIGO 
                                XX - DA AUTORIDADE DA IGREJA 
                                
                                A Igreja tem poder de decretar 
                                ritos ou cerimônias, e autoridade nas controvérsias 
                                da fé, todavia não é lícito 
                                à Igreja ordenar coisa alguma contrária 
                                à Palavra de Deus escrita, nem expor um 
                                lugar da Escritura de modo que repugne a outro. 
                                Portanto, se bem que a Igreja seja testemunha 
                                e guarda da Escritura Sagrada, todavia, assim 
                                como não é lícito decretar 
                                coisa alguma contra ela, também não 
                                se deve obrigar a que seja acreditada coisa alguma, 
                                que nela não se encontra, como necessária 
                                para a salvação. 
                                
                                ARTIGO 
                                XXI - DA AUTORIDADE DOS CONCÍLIOS GERAIS 
                                
                                
                                [O vigésimo primeiro 
                                artigo dos precedentes é omitido porque 
                                é, em parte, dum caráter local e 
                                civil, e é provido, no tocante às 
                                restantes partes dele, em outros artigos]. 
                                
                                ARTIGO 
                                XXII - DO PURGATÓRIO 
                                
                                A doutrina romana relativa 
                                ao purgatório, indulgências, veneração 
                                e adoração tanto de imagens como 
                                de relíquias, e também à 
                                invocação dos santos, é uma 
                                coisa fútil e vãmente inventada, 
                                que não se funda em testemunho algum da 
                                Escritura, mas ao contrário repugna à 
                                Palavra de Deus. 
                                
                                ARTIGO 
                                XXIII - DA MINISTRAÇÃO NA IGREJA
                                
                                A ninguém é 
                                lícito tomar sobre si o cargo de pregar 
                                publicamente, ou administrar os sacramentos na 
                                congregação, antes que seja legalmente 
                                chamado, e enviado a executá-lo. E devemos 
                                julgar por legalmente chamados e enviados aqueles 
                                que tiverem sido escolhidos e chamados para esta 
                                obra pelos homens revestidos publicamente de autoridade, 
                                dada à eles na congregação, 
                                para chamar e enviar ministros à vinha 
                                do Senhor. 
                                
                                ARTIGO 
                                XXIV - DA LÍNGUA VERNÁCULA DO CULTO 
                                
                                
                                Repugna evidentemente a Palavra 
                                de Deus, e ao uso da Igreja primitiva dizer orações 
                                públicas na Igreja, ou administrar os sacramentos 
                                em língua que o povo não entende. 
                                
                                
                                ARTIGO 
                                XXV - DOS SACRAMENTOS 
                                
                                Os sacramentos instituídos 
                                por Cristo não são unicamente designações 
                                ou indícios da profissão dos cristãos, 
                                mas antes testemunhos certos e firmes, e sinais 
                                eficazes da graça, e da boa vontade de 
                                Deus para conosco pelos quais ele opera invisivelmente 
                                em nós, e não só vivifica, 
                                mas também fortalece e confirma a nossa 
                                fé nele. 
                                
                                São dois os sacramentos instituídos 
                                por Cristo nosso Senhor no Evangelho, isto é, 
                                o batismo e a ceia do Senhor. 
                                
                                Os cinco vulgarmente chamados sacramentos, isto 
                                é, confirmação, penitência, 
                                ordens, matrimônio, e extrema unção, 
                                não devem ser contados como sacramentos 
                                do Evangelho, tendo em parte emanado duma viciosa 
                                imitação dos apóstolos, e 
                                sendo em parte estados de vida aprovados nas Escrituras; 
                                não têm, contudo, a mesma natureza 
                                de sacramentos peculiar ao batismo e à 
                                ceia do Senhor, porque não tem sinal algum 
                                visível ou cerimônia instituída 
                                por Deus. 
                                
                                Os sacramentos não foram instituídos 
                                por Cristo para servirem de espetáculo, 
                                ou serem levados em procissão, mas sim 
                                para devidamente os utilizarmos. E só nas 
                                pessoas que dignamente os recebem é que 
                                produzem um saudável efeito ou operação; 
                                mas os que indignamente os recebem adquirem para 
                                si mesmos a condenação, como diz 
                                São Paulo. 
                                
                                ARTIGO 
                                XXVI - DA INDIGNIDADE DOS MINISTROS, A QUAL NÃO 
                                IMPEDE O EFEITO DOS SACRAMENTOS 
                                
                                Ainda que na Igreja visível 
                                os maus sempre estejam misturados com os bons, 
                                e às vezes os maus tenham a principal autoridade 
                                na Administração da Palavra e dos 
                                Sacramentos; todavia, como não o fazem 
                                em seu próprio nome, mas no de Cristo, 
                                e em comissão e por autoridade dele administram, 
                                podemos usar do seu Ministério, tanto em 
                                ouvir a Palavra de Deus, como em receber os Sacramentos. 
                                
                                
                                Nem o efeito da ordenança de Cristo é 
                                tirado pela sua iniqüidade, mas a graça 
                                dos dons de Deus diminui para as pessoas que com 
                                fé e devidamente recebem os sacramentos 
                                que se lhe administram; os quais são eficazes 
                                por causa da instituição e promessa 
                                de Cristo, apesar de serem administrados por homens 
                                maus. 
                                
                                Não obstante, à disciplina da Igreja 
                                pertence que se inquira acerca dos ministros maus, 
                                e que sejam estes acusados por quem tenha conhecimento 
                                de seus crimes; e sendo, enfim, reconhecidos culpados, 
                                sejam depostos mediante justa sentença. 
                                
                                
                                ARTIGO 
                                XXVII - DO BATISMO 
                                
                                O batismo não só 
                                é um sinal de profissão e marca 
                                de diferença, com que se distinguem os 
                                cristãos dos que o não são, 
                                mas também um sinal de regeneração 
                                ou novo nascimento, pelo qual, como por instrumento, 
                                os que recebem o batismo devidamente, são 
                                enxertados na Igreja; as promessas da remissão 
                                dos pecados, e da nossa adoção como 
                                filhos de Deus pelo Espírito Santo, são 
                                visivelmente marcadas e seladas, a fé é 
                                confirmada, e a graça aumentada por virtude 
                                da oração de Deus. 
                                
                                O batismo das crianças deve conservar-se 
                                de qualquer modo na Igreja como sumamente conforme 
                                à instituição de Cristo. 
                                
                                
                                ARTIGO 
                                XXVIII - DA CEIA DO SENHOR 
                                
                                A ceia do Senhor não 
                                só é um sinal de mútuo amor 
                                que os cristãos devem ter uns para com 
                                os outros; mas antes é um sacramento da 
                                nossa redenção pela morte de Cristo, 
                                de sorte que para os que devida e dignamente, 
                                e com fé o recebem, o pão que partimos 
                                é uma participação do Corpo 
                                de Cristo; e de igual modo o cálice de 
                                bênção é uma participação 
                                do Sangue de Cristo. 
                                
                                A transubstanciação (ou mudança 
                                da substância do pão e do vinho) 
                                na ceia do Senhor, não se pode provar pela 
                                Escritura Sagrada; mas antes repugna às 
                                palavras terminantes da Escritura, subverte a 
                                natureza do sacramento, e tem dado ocasião 
                                a muitas superstições. O Corpo de 
                                Cristo é dado, tomado, e comido na ceia, 
                                somente dum modo celeste e espiritual. E o meio 
                                pelo qual o Corpo de Cristo é recebido 
                                e comido na ceia é a fé. 
                                
                                O sacramento da ceia do Senhor não foi 
                                pela ordenança de Cristo reservado, nem 
                                levado em procissão, nem elevado, nem adorado. 
                                
                                
                                ARTIGO 
                                XXIX - DOS ÍMPIOS, QUE NÃO COMEM 
                                O CORPO DE CRISTO NA CEIA DO SENHOR 
                                
                                Os ímpios, e os destituídos 
                                da fé viva, ainda que carnal e visivelmente 
                                comprimam com os dentes (como diz santo Agostinho) 
                                o sacramento do Corpo e Sangue de Cristo; nem 
                                por isso são de maneira alguma participantes 
                                de Cristo: mas antes, para sua condenação, 
                                comem e bebem o sinal ou sacramento de uma coisa 
                                tão importante. 
                                
                                ARTIGO 
                                XXX - DE AMBAS AS ESPÉCIES 
                                
                                O cálice do Senhor 
                                não se deve negar aos leigos; porque ambas 
                                as partes do sacramento do Senhor, por instituição 
                                e ordem de Cristo, devem ser administradas a todos 
                                os cristãos igualmente. 
                                
                                ARTIGO 
                                XXXI - DA ÚNICA OBLAÇÃO DE 
                                CRISTO CONSUMADA NA CRUZ 
                                
                                A oblação de 
                                Cristo uma só vez consumada é a 
                                perfeita redenção, propiciação, 
                                e satisfação por todos os pecados, 
                                tanto originais como atuais, do mundo inteiro; 
                                e não há nenhuma outra satisfação 
                                pelos pecados, senão esta unicamente. Portanto 
                                os sacrifícios das missas, nos quais vulgarmente 
                                se dizia que o sacerdote oferecia Cristo para 
                                a remissão da pena ou culpa, pelos vivos 
                                ou mortos, são fábulas blasfemas 
                                e enganos perigosos. 
                                
                                ARTIGO 
                                XXXII - DO CASAMENTO DE SACERDOTES 
                                
                                Os bispos, presbíteros 
                                e diáconos não são obrigados, 
                                por preceito algum da lei de Deus, a votar-se 
                                ao estado celibatário, ou abster-se do 
                                matrimônio; portanto é-lhes lícito, 
                                como aos demais cristãos, casar como entenderem, 
                                se julgarem que isso lhes é mais útil 
                                à piedade. 
                                
                                ARTIGO 
                                XXXIII - COMO DEVEMOS EVITAR AS PESSOAS EXCOMUNGADAS 
                                
                                
                                Aquele que por denúncia 
                                pública da Igreja for justamente separado 
                                da unidade da Igreja, e suspenso da comunhão, 
                                deve ser tido por pagão e publicano por 
                                todos os fiéis, até que seja mediante 
                                penitência recebido nas Igreja por um juiz 
                                que tenha autoridade para isso. 
                                
                                ARTIGO 
                                XXXIV - DAS TRADIÇÕES DA IGREJA 
                                
                                
                                Não é necessário 
                                que as tradições e cerimônias 
                                sejam em toda parte as mesmas, ou totalmente semelhantes; 
                                porque em todos os tempos têm sido diversas, 
                                e podem ser alteradas segundo as diversidades 
                                dos países, tempo e costumes dos homens, 
                                contanto que nada se estabeleça contrário 
                                à Palavra de Deus. Todo aquele que por 
                                seu particular juízo, com ânimo voluntário 
                                e deliberado, quebrar manifestamente as tradições 
                                e cerimônias da Igreja, que não são 
                                contrárias à Palavra de Deus, e 
                                se acham estabelecidas e aprovadas pela autoridade 
                                comum, (para que outros temam fazer o mesmo), 
                                deve ser publicamente repreendido, como quem ofende 
                                a ordem comum da Igreja, fere a autoridade do 
                                magistrado, e vulnera as consciência dos 
                                irmãos débeis. 
                                Toda a Igreja particular ou nacional tem autoridade, 
                                para ordenar, mudar e abolir as cerimônias 
                                ou ritos da Igreja, instituídos unicamente 
                                pela autoridade humana, contanto que tudo se faça 
                                para edificação. 
                                
                                ARTIGO 
                                XXXV - DAS HOMILIAS 
                                
                                O Segundo livro das Homilias, 
                                cujos títulos reunimos abaixo deste artigo, 
                                contém doutrina pia, saudável e 
                                necessária para estes tempos, como também 
                                o primeiro livro das Homilias, publicado ao tempo 
                                de Eduardo VI; e portanto julgamos que devem ser 
                                lidas pelos ministros, diligente e distintamente 
                                nas igrejas, para que sejam entendidas pelo povo. 
                                
                                
                                Dos nomes das homilias 
                                
                                1. Do uso correto da Igreja 
                                2. Contra o perigo da idolatria 
                                3. Do reparo e asseio das Igrejas 
                                4. Das boas obras: principalmente jejum 
                                5. Contra a glutonaria e embriaguez 
                                6. Contra o luxo do vestuário 
                                7. Da oração 
                                8. Do lugar e Templo da Oração 
                                9. De como Orações e Sacramentos 
                                se devem ministrar em língua conhecida 
                                
                                10. Da reverente estima à Palavra de Deus 
                                
                                11. Das esmolas 
                                12. Da natividade de Cristo 
                                13. Da Paixão de Cristo 
                                14. Da ressurreição de Cristo 
                                15. Da digna recepção do Sacramento 
                                do Corpo de Cristo 
                                16. Dos dons do Espírito Santo 
                                17. Para os dias de Rogações 
                                18. Do estado do matrimônio 
                                19. Do arrependimento 
                                20. Contra a ociosidade 
                                21. Contra a rebelião 
                                
                                [Este Artigo é recebido 
                                nesta Igreja enquanto declara que os livros das 
                                Homilias são explicações 
                                da doutrina cristã, e se destinam à 
                                instrução na piedade e moralidade. 
                                As referências à constituição 
                                e leis da Inglaterra são, porém, 
                                consideradas implacáveis às circunstâncias 
                                desta Igreja pelo que está suspensa também 
                                a ordem para leitura das referidas Homilias nas 
                                Igrejas, até que se proceda à revisão 
                                que se impõe, para livrá-las tanto 
                                de palavras obsoletas como das referências 
                                de natureza local]. 
                                
                                ARTIGO 
                                XXXVI - DA SAGRAÇÃO DE BISPOS E 
                                MINISTROS 
                                
                                O livro da sagração 
                                de Bispos, e ordenação de Presbíteros 
                                e Diáconos, estabelecido pela Convenção 
                                Geral desta Igreja em 1792 contém tudo 
                                quanto é necessário para a referida 
                                sagração e ordenação; 
                                nem há nele coisa alguma que seja por si 
                                mesma supersticiosa e ímpia. E, por conseqüência, 
                                todos aqueles que são sagrados ou ordenados 
                                segundo a referida fórmula, decretamos 
                                que todos eles são reta, canônica 
                                e legalmente ordenados. 
                                
                                ARTIGO 
                                XXXVII - DO PODER DOS MAGISTRADOS CIVIS 
                                
                                O poder do magistrado civil 
                                estende-se a todos os homens, tanto clérigo 
                                como leigos, em todas as coisas temporais; porém 
                                não tem autoridade alguma em coisa puramente 
                                espirituais. E temos por dever de todos os homens 
                                que professam o Evangelho o renderem obediência 
                                respeitosa à autoridade civil, que é 
                                regular e legitimamente constituída. 
                                
                                ARTIGO 
                                XXXVIII - DE QUE NÃO SÃO COMUNS 
                                OS BENS ENTRE CRISTÃOS 
                                
                                As riquezas e bens dos cristãos 
                                não são comuns quanto ao direito, 
                                título e posse, como falsamente apregoam 
                                certos anabatistas. Todos, no entanto, das coisas 
                                que possuem devem dar liberalmente esmola aos 
                                pobres, segundo o seu poder. 
                                
                                ARTIGO 
                                XXXIX - DO JURAMENTO DUM CRISTÃO 
                                
                                Assim como confessamos que 
                                o juramento vão e temerário é 
                                proibido aos cristãos por nosso Senhor 
                                Jesus Cristo, e por Tiago, seu apóstolo, 
                                assim também julgamos que a religião 
                                cristã de nenhum modo proíbe que 
                                uma pessoa jure quando o magistrado o exige em 
                                causa de fé e caridade; contanto que isto 
                                se faça segundo a doutrina do profeta, 
                                em justiça, juízo e verdade.
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                               DECLARAÇÃO DE ATLANTA
 
                              DECLARAÇÃO DE ATLANTA
                               COMUNHÃO 
                              DAS IGREJAS CRISTÃS EPISCOPAIS
 
                               COMUNHÃO 
                              DAS IGREJAS CRISTÃS EPISCOPAIS  
 
                              
 Queridos irmãos 
                              e irmãs em Cristo:
                              
                              O Congresso Anglicano dos EUA, ocorrido de 4 a 7 
                              de dezembro de 2002, em Atlanta, foi maravilhoso. 
                              Aproximadamente 300 pessoas participaram, dentre 
                              os quais, pelo que pude ver, 20 bispos, que assinaram 
                              a Declaração anexa. Agradeço 
                              a Deus por nos ter reunido e ao anfitrião, 
                              Padre Richard Kew. 
                              
                              The Living Church Magazine me chamou esta semana 
                              e referiu-se ao Congresso e à Declaração 
                              como "históricos...". 
                              
                              Em Cristo,
 
 +Peter 
                              W. Riola 
 Diocese 
                              de St. Paul - Minnesota (EUA) 
                              Communion of Evangelical Episcopal Churches-CEEC 
                              
                              http://episcopal.cjb.net 
 
  DECLARAÇÃO DE ATLANTA
 
                              DECLARAÇÃO DE ATLANTA
 
 
                              Nós, bispos na Igreja 
                              de Deus, abaixo-assinados, participando do Congresso 
                              Anglicano, reunido na St. Philips Cathedral, em 
                              Atlanta, Geórgia, de 4 a 7 de dezembro de 
                              2002, por este meio declaramos nossa unidade no 
                              compromisso comum para as seguintes 
                              normas: 
 
  NORMAS DO REINO (PARA COOPERAÇÃO E 
                              RESPONSABILIDADE)
 
                              NORMAS DO REINO (PARA COOPERAÇÃO E 
                              RESPONSABILIDADE)
 
 Nossa 
                              lealdade comum é para com Jesus Cristo, nosso 
                              Senhor e Salvador, e para com a fé e a moral 
                              católicas históricas. Nós estamos, 
                              então:
                              
                              1. Comprometidos com a unidade entre os anglicanos 
                              ortodoxos, os que pertencem e os que não 
                              pertencem à Comunhão Anglicana como 
                              presentemente está constituída, respeitando 
                              um ao outro, embora chamados em jurisdições 
                              diferentes, e respeitando nossas diferenças, 
                              considerando o Livro de Oração Comum 
                              e o ministério ordenado de mulheres, durante 
                              este período de aceitação e 
                              discernimento. Levando isto em conta, estamos:
                              
                              (a) Comprometidos a honrar os ministérios 
                              um do outro em palavra e ação, até 
                              mesmo quando existe alguma discordância;
                              
                              (b) Comprometidos a consultar cada um pessoalmente 
                              em caso de má fé alegada ou percebida;
                              
                              (c) Comprometidos a não falar mal um do outro; 
                              e
                              
                              
                              2. Comprometidos a trabalhar juntos em missão:
                              
                              (a) Proclamando o Evangelho,
                              (b) Desafiando os falsos ensinos, e
                              (c) Trabalhando em colegiado no desenvolvimento 
                              de estratégias missionárias. 
                              
                              (assinado)
                              
                              +Robert Duncan, ECUSA, Pittsburgh 
                              +Ray B. Sutton, Dallas, REC 
                              +Leonard W. Riches, presiding bishop, REC 
                              +Jack L. Iker, ECUSA, Fort Worth 
                              John H. Rodgers, Jr., AMiA 
                              +Keith L. Ackerman, ECUSA, Quincy 
                              +Donald Perschall, American Anglican Church 
                              +Richard J. Boyer, Anglican Province of America, 
                              Seattle 
                              +Daniel R. Morse 
                              +Maurice W. Sinclair, Retired Bishop, Southern Cone 
                              
                              +James W. West, Jr. 
                              +Peter Brewer 
                              +Walter H. Grundorf 
                              +Molcomb Howley 
                              +Alden M. Hathaway 
                              +Bernard M. Malango, Africa 
                              +Francis R. Lyons, Bolivia 
                              Charles H. Murphy III, AMiA 
                              +Thaddeus R. Brown Barnum, AMiA 
                              +Peter W. Riola, Diocese of St. Paul (CEEC)
 
                               
  
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				 DECLARAÇÃO DE MONTREAL
 
                              DECLARAÇÃO DE MONTREAL
 
                              
                              Na qualidade de membros da Igreja Anglicana do Canadá, 
                              representantes de cada província e território 
                              do país, e como participantes da “Conferência 
                              sobre o Essencial”, em Montreal, 1994, juntos 
                              louvamos a Deus por sua graça salvadora e 
                              pelo companheirismo que desfrutamos com nosso Senhor 
                              e uns com os outros. 
                              
                              Afirmamos os seguintes pontos essenciais à 
                              fé cristã: 
1. 
                                Cremos em Deus Trino
                              Há um só Deus, que 
                                se auto-revelou como três pessoas “de 
                                uma só substância, poder e eternidade”, 
                                o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Por 
                                causa do evangelho, rejeitamos qualquer proposta 
                                para modificar ou marginalizar esses termos e 
                                afirmamos seu justo lugar na oração, 
                                na liturgia e no canto de hinos. O evangelho nos 
                                convida pelo Espírito Santo a compartilhar 
                                companheirismo eternamente com o Deus Trino, como 
                                filhos adotados na família de Deus na qual 
                                Jesus Cristo é ao mesmo tempo nosso Salvador 
                                e nosso Irmão.
                              Dt 6:4, Is 45:5, Mt 28:19, II Co 
                                13:14, Gl 4 :4-6, II Ts 2:13-14, I Pd 1:2, Jd 
                                20 :21 (Ver Artigo I dos 39 Artigos de Religião)
                              2. Cremos 
                                em Deus: Criador, Redentor e Santificador
                              O Todo-poderoso Deus Trino criou 
                                um universo que em todo sentido era bom, até 
                                a queda e a confusão produzidas pela rebelião 
                                de suas criaturas. Tendo sido introduzido o pecado, 
                                Deus em amor se propôs restaurar a ordem 
                                cósmica com: 
                                
                                • o chamado de um povo com o qual fez um 
                                pacto, a saber, Israel. 
                                • a vinda de Jesus Cristo para nos redimir. 
                                
                                • o derramamento do Espírito Santo 
                                para nos santificar. 
                                • o surgimento e a edificação 
                                da Igreja para lhe oferecer culto e dar testemunho 
                                no mundo. 
                                • a segunda vinda de Cristo em glória 
                                para fazer novas todas as coisas. Através 
                                da história, o desenvolvimento do plano 
                                de Deus se caracteriza por suas obras milagrosas 
                                de poder. 
                                Gn 1:3, Is 40:28, 65:17, Mt 6:10, At 17:24-26-28, 
                                I Co 15:28, II Co 5:19, Ef 1:11, II Tm 3:16, Hb 
                                11:3, Ap 21:5 (Ver Artigo I)
                              3. 
                                Afirmamos que a Palavra se fez carne. Cremos em 
                                Jesus Cristo 
                                • o Filho encarnado de Deus, nascido sem 
                                pecado, da virgem Maria. 
                                • ressuscitado dos mortos corporalmente 
                                e agora reinando em glória, ainda presente 
                                com seu povo pelo Espírito Santo. 
                                • que é a um só tempo o Jesus 
                                da história e o Cristo das Escrituras. 
                                
                                • é Deus conosco, o único 
                                mediador entre Deus e a humanidade, a Fonte da 
                                salvação e o Doador da vida eterna 
                                à igreja universal.
                              Mt 1:24,25, Mc 15:20-37, Lc 1:35, 
                                Jo 1:14, 17:20-21, At 1:9-11, 4:12, Rm 5:17, Fl 
                                2:5-6, Cl 2:9, 1 Tm 2:5-6, Hb 1:2, 9:15 (Ver Artigos 
                                II-IV, e o Credo Niceno)
                              4. Cremos 
                                em Jesus Cristo, o único Salvador
                              O pecado humano é rebelião 
                                orgulhosa contra a autoridade de Deus. Expressa-se 
                                em nossa rejeição a viver em amor 
                                tanto com o Criador como com suas criaturas. O 
                                pecado corrompe nossa natureza e o seu resultado 
                                é a injustiça, a opressão, 
                                a desintegração tanto em nível 
                                pessoal como social. Portanto, somos culpáveis 
                                diante de Deus. 
                                
                                • O pecado destrói a esperança 
                                e nos conduz a um futuro sem Deus e separados 
                                de todo o bem. 
                                • O único que pode nos salvar da 
                                culpa, da vergonha e do pecado é Jesus 
                                Cristo. Ele é o único que pode nos 
                                tirar do caminho do pecado. 
                                • O arrependimento genuíno e a fé 
                                verdadeira nele são os únicos caminhos 
                                que nos levam à salvação. 
                                
                                • Por seu sacrifício propiciatório 
                                na cruz por nossos pecados, Jesus venceu os poderes 
                                das trevas e assegurou nossa redenção 
                                e justificação. Por sua ressurreição 
                                corporal garantiu a futura ressurreição 
                                e o galardão eterno de todos os crentes. 
                                Por seu dom regenerador do Espírito, restaura 
                                nossa natureza decaída e nos renova à 
                                sua imagem.
                                Por isso, afirmamos: 
                                • Em cada geração, ele é 
                                o caminho, a verdade e a vida para indivíduos 
                                pecadores e o único arquiteto e construtor 
                                da comunidade humana restaurada. 
                              Jo 14:6, At 1:9-11, 2:32-33, 4:12, 
                                Rm3:22-25, I Co 15:20-24, II Co 5:18-19, Fl 2:9-11, 
                                Cl 2:13-15, I Tm 2:5-6, I Pe 1:3-5, I Jo 4:14, 
                                5:11-12 (Ver artigos II, IV, XI, XV, XVIII e XXXI).
                                
                                5. Cremos no Espírito de vida, o Espírito 
                                Santo, “o Senhor, doador da vida” 
                                
                                • enviado à igreja pelo Pai e pelo 
                                Filho. 
                                • revela a glória de Jesus Cristo. 
                                
                                • convence-nos do pecado. 
                                • transforma-nos interiormente. 
                                • leva-nos a ter fé. 
                                • ajuda-nos a viver com justiça. 
                                
                                • cria a comunhão 
                                • dá-nos poder para o serviço 
                                
                                • o Espírito Santo transforma nossa 
                                natureza humana e nos dá uma verdadeira 
                                idéia do céu.
                                A unidade em amor dos cristãos e das igrejas 
                                cheios do Espírito Santo é sinal 
                                da poderosa verdade do cristianismo.
                                
                                Gn 1:2, Ex 31:2-5, Sl 51:11, Jo 3:5-6, 14:26, 
                                15:26,16:7-11, 13,15, I Co 2 :4, 6 :19, 12:4-7, 
                                II Co 3 :18, Gl 4:4-6, 5:22-26, Ef 1:13-24, 5:18, 
                                I Ts 5:19, II Tm 3:16. (Ver Credo Niceno)
                              6. A autoridade 
                                da Bíblia
                              As Escrituras canônicas do 
                                Antigo e do Novo Testamentos são “a 
                                Palavra de Deus escrita” inspirada e autorizada, 
                                verdadeira e confiável, coerente e suficiente 
                                para a salvação. “A Palavra 
                                de Deus escrita” tem vida e é poderosa 
                                como guia divino tanto para a conduta quanto para 
                                a fé cristã. 
                                A fé trinitária, cristocêntrica, 
                                orientada para a redenção, que se 
                                encontra na Bíblia, está definida 
                                nos credos ecumênicos históricos 
                                e nos documentos anglicanos fundamentais. 
                                
                                Em cada época, o Espírito Santo 
                                conduz o povo de Deus, a igreja, a submeter-se 
                                à direção das Escrituras. 
                                Para isso, emprega sempre como pontos de referência 
                                o respeito pelas sãs tradições, 
                                o uso humilde da razão humana e a oração.
                                
                                A igreja não pode se constituir em juíza 
                                das Escrituras, selecionando e descartando seus 
                                ensinamentos. As Escrituras, sob a autoridade 
                                de Cristo, é que julgam a igreja para aferir 
                                sua fidelidade à verdade por ele revelada. 
                              
                              Dt 29:29, Is 40:8, 55:11, Mt 5 
                                :17-18, Jo 10:35, 14:26, Rm 1:16, Ef 1:17-19, 
                                II Tm 2:15, 3:14-17, II Pe 1:20-21 (Ver Artigos 
                                VI, VIII e XX).
                              7. 
                                A Igreja de Deus
                                A sociedade sobrenatural denominada Igreja é: 
                                
                                • a família de Deus. 
                                • o corpo de Cristo. 
                                • o templo do Espírito Santo.
                              É a comunidade dos crentes, 
                                justificados pela fé em Cristo, incorporados 
                                à vida ressuscitada de Cristo e posta sob 
                                a autoridade das Sagradas Escrituras como a Palavra 
                                de Cristo. A igreja na terra está unida 
                                por meio de Cristo à igreja no céu 
                                na comunhão dos santos. Através 
                                do ministério da igreja, quer dizer, da 
                                Palavra e dos sacramentos do evangelho (o batismo 
                                e Santa Comunhão), Deus ministra vida em 
                                Cristo aos fiéis, capacitando-os assim 
                                à adoração, ao testemunho 
                                e ao serviço. Na vida da igreja só 
                                deve manter-se como essencial para a salvação 
                                aquilo que pode ser comprovado nas Escrituras. 
                                O não essencial não deve ser requerido 
                                de ninguém como crença, nem exigido 
                                como matéria de doutrina, disciplina ou 
                                culto.
                              Ef 3:10-21, 5:23-27, I Tm 3.15, 
                                Hb 12:1-2, II Tm 3.14-17 (Ver Artigos XIX, XX 
                                e XXI).
                              
                              8. 
                                A Nova vida em Cristo 
                                
                                Deus fez os seres humanos à sua imagem 
                                divina para que pudessem gloriar-se e alegrar-se 
                                nele para sempre. Desde a queda, o pecado tem 
                                nos distanciado a todos de Deus e trazido confusão 
                                às nossas motivações e ações. 
                                
                                
                                Assim como a propiciação e a justificação 
                                restauram a nossa comunhão com Deus e nos 
                                perdoam o pecado, a regeneração 
                                e a santificação também nos 
                                renovam à imagem de Cristo, para podermos 
                                vencer o pecado. É o Espírito Santo 
                                quem nos ajuda a levar uma vida disciplinada e 
                                a praticar as disciplinas cristãs; e nos 
                                transforma através das mesmas, gradativamente.
                                
                                Não nos é outorgada neste mundo 
                                a ausência total do pecado, nem em nível 
                                pessoal, nem na igreja ou na sociedade. Nós, 
                                cristãos, continuaremos sendo imperfeitos 
                                “em pensamento, palavra e obra” até 
                                sermos aperfeiçoados no céu.
                                
                                Gn 1:26-28, 3, Jo 3:5-6, 16:13, Rm 3:23-24, 5:12, 
                                I Co 12:4-7, II Co 3:17-18, Gl 5:22-24, Ef 2:1-5, 
                                Fl 2:13, II Pe 3:10-13 (Ver Artigos IX-XVI).
                              
                              9. 
                                O Ministério na Igreja 
                                O Espírito Santo outorga dons diferentes 
                                e distintivos a todos os cristãos, com 
                                o propósito de glorificar a Deus e edificar 
                                sua igreja na verdade e no amor. Todo cristão 
                                recebe em seu batismo o chamado a ser um ministro, 
                                independentemente de gênero, raça, 
                                idade ou condição sócio-econômica. 
                                
                                
                                Cada filho de Deus deve desenvolver seus dons 
                                no serviço para o qual Deus o chamou e 
                                capacitou. 
                                Dentro do sacerdócio de todos os crentes, 
                                honramos o ministério da Palavra e dos 
                                sacramentos, para o qual são especialmente 
                                separados os bispos, os presbíteros e os 
                                diáconos. 
                                Rm 12:6-8, I Co 3.16, 6:11, 12:4-7, 27, II Co 
                                5:20, Gl 2.16, Ef 4:11-13, I Tm 3:1, 12-13, 5:17, 
                                Hb 2:11, I Pe 2:4-5, 9-10 (Ver Artigos XIX e XXIII). 
                                
                                
                                10. 
                                O culto da igreja 
                                O chamado primordial da igreja, assim como o de 
                                cada cristão, é oferecer culto, 
                                em Espírito e em verdade, ao Deus da criação, 
                                da providência e da graça. 
                                
                                As dimensões essencial do culto são 
                                o louvor e a ação de graças 
                                por todas as coisas boas, a proclamação 
                                e a celebração da glória 
                                de Deus e de Jesus Cristo, a oração 
                                pelas necessidades humanas e pelo avanço 
                                do reino de Cristo, e o oferecimento de nós 
                                mesmos como sacrifício vivo.
                                Todas as formas litúrgicas, sejam informais, 
                                escritas, musicais ou cerimoniais, devem se desenvolver 
                                sob a autoridade das Escrituras. O Livro de Oração 
                                Comum provê um padrão doutrinal alicerçado 
                                na Bíblia e deve ser observado como norma 
                                para toda alternativa litúrgica. Ele não 
                                deverá ser revisado drasticamente, no clima 
                                de confusão teológica que se encontra 
                                em muitas partes da igreja contemporânea.
                                
                                Nenhuma forma de culto pode exaltar a Cristo verdadeiramente 
                                nem promover uma verdadeira devoção 
                                a ele sem a presença e o poder do Espírito 
                                Santo. A oração para a cura divina, 
                                tanto espiritual como física, é 
                                um bom elemento do culto anglicano. 
                              Jo 4:24, 16:8-15, At 1:8, 2:42-47, 
                                Rm 12:1, ICo 11:23-26, 12:7, II Co 5:18-19, Ef 
                                5:18-20, Cl 3:16, I Ts 1:4-5, 5:19 (Ver Artigo 
                                XXXIV).
                              
                              11. 
                                A prioridade do evangelismo 
                                Evangelizar significa proclamar a Jesus Cristo 
                                como Salvador divino, Senhor e Amigo, de modo 
                                que isso seja um convite às pessoas para 
                                aproximar-se de Deus por meio dele, render-lhe 
                                culto e servi-lo, e buscar o poder do Espírito 
                                Santo para uma vida de discipulado na comunidade 
                                da Igreja. 
                                Todo cristão é chamado a testemunhar 
                                de Cristo, como sinal de amor tanto a ele como 
                                a seu próximo. Essa tarefa, que é 
                                um tema prioritário, requer treinamento 
                                pessoal e uma constante busca de métodos 
                                apropriados para obter uma comunicação 
                                persuasiva e convincente. Nós plantamos 
                                a semente e esperamos que Deus envie o fruto. 
                                
                                
                                Mat 5:13-16, 28:19-20, Jo 3:16-18, 20:21, At 2:37-39, 
                                5:31-32, Jo1, I Co 1:23, 15:2-4, II Co.4:5, 5:20, 
                                I Pe 3:15.
                              
                              12. 
                                O desafio da missão mundial 
                                Continua sendo necessário responder à 
                                Grande Comissão de Jesus Cristo através 
                                de um compromisso com o evangelismo e com o cuidado 
                                pastoral que vá além da nossa própria 
                                cultura. A ordem de Jesus Cristo para pregar o 
                                evangelho por todo o mundo, fazer discípulos 
                                e plantar igrejas, continua valendo. A missão 
                                deve se caracterizar pelo serviço.
                                
                                Cristo e sua salvação devem ser 
                                proclamados em todo lugar, com sensibilidade mas 
                                energicamente, tanto em nosso país como 
                                no exterior. A missão transcultural tem 
                                que ser apoiada com oração, generosidade, 
                                ofertas e com o envio de missionários. 
                                A missão global envolve companheirismo 
                                e intercâmbio. 
                                
                                Mat 28:19-20, Mc 16:15, Lc 10:2, Rm 15:23-24, 
                                I Co 2:4-5, 9:22-23, II Co 4:5, 8:1,4,7, Ef 6:19-20, 
                                Fl 2:5-7, I Ts1:6-8.
                              
                              13. 
                                O desafio da ação social 
                                
                                O evangelho compele a igreja a ser “sal” 
                                e “luz” no mundo e a mostrar coerência 
                                em sua vida diária e nos ensinamentos bíblicos 
                                para que se ordene corretamente a vida social, 
                                econômica e política e para que haja 
                                uma boa mordomia de toda a criação.
                                
                                Os cristãos devem preocupar-se com a injustiça 
                                e em executar atos de misericórdia. Ainda 
                                que não se possa identificar nenhum sistema 
                                social com o Reino de Deus, a ação 
                                social é parte integrante da nossa obediência 
                                ao evangelho. 
                                
                                Gn 1:26-28, Is 30:18, 58:6-10, Am 5:24, Mt 5:13-16, 
                                22:37-40, 25:31-46, Lc 4:17-21, Jo 20:21, II Co 
                                1:3-4, Tg 2:14-26, I Jo 4:16, Ap 1:5-6, 5:9-10 
                                (Ver Artigo XXXVIII).
                              
                              14. 
                                Os padrões da conduta sexual 
                                Deus planejou a sexualidade humana não 
                                apenas para a procriação, mas também 
                                como manifestação alegre do amor 
                                que se expressa na fidelidade entre um homem e 
                                uma mulher, dentro do casamento. Essa é 
                                a única relação sexual que 
                                a teologia bíblica considera boa e santa.
                                O adultério, a fornicação 
                                e as uniões homossexuais são intimidades 
                                contrárias ao ideal e ao propósito 
                                de Deus. Os cristãos, que como todos, lutam 
                                contra as tentações homossexuais, 
                                devem buscar um modo de receber e ministrar a 
                                santidade integral que tanto necessitamos em uma 
                                humanidade sexualmente prejudicada. A homofobia 
                                e todo tipo de hipocrisia e abuso sexual são 
                                males, e contra eles os cristãos devem 
                                estar sempre vigilantes.
                                
                                A igreja não pode rebaixar os padrões 
                                divinos de conduta sexual para nenhum dos seus 
                                membros; ao contrário, deve buscar como 
                                honrar a Deus apoiando essas normas tenazmente 
                                e opor-se corajosamente aos desvios das mesmas 
                                que são aceitos na sociedade. 
                                
                                Cada congregação local tem que buscar 
                                as formas de responder às necessidades 
                                específicas que os solteiros têm 
                                de amizade e comunhão.
                              Gn 1:26-28, 2:21-24, Mt 5:27-32, 
                                19:3-12, Lc 7:36-50, Jo 8:1-11, Rm 1:21-28, 3:22-24, 
                                I Co 6:9-11, 13-16, 7:7, Ef 5:3, I Tm 1:8-11, 
                                3:2-4, 12.
                              
                              15. 
                                A família e o chamado ao celibato 
                                Para o amor, a intimidade, o crescimento até 
                                a maturidade, a estabilidade, a mulher, o homem 
                                e as crianças, todos, recebem sua orientação 
                                através da família nuclear. 
                                
                                O divórcio, o abuso de menores, a violência 
                                doméstica, o estupro, a pornografia, a 
                                ausência dos pais, a dominação 
                                machista, o aborto, o concubinato e os pares homossexuais, 
                                refletem, todos, o afrouxamento do ideal da família.
                                
                                Os cristãos têm que fortalecer a 
                                vida familiar através do ensino, do treinamento, 
                                do apoio efetivo e do trabalho em busca das condições 
                                sócio-políticas que defendam a família.
                                
                                As família nas quais há só 
                                um dos pais e as vítimas de lares desfeitos 
                                têm necessidades específicas às 
                                quais as congregações locais devem 
                                responder com sensibilidade e misericórdia.
                                O celibato é também digno de respeito 
                                como um dom de Deus e uma vocação 
                                santa. Os solteiros recebem com a chaada a graça 
                                de Deus para viver em castidade. 
                                
                                Sl 119:9-11, Pv 22:6, Mt 5:31-32, Mc 10:6-9, I 
                                Co.6:9-11, Ef 5:21, 6:4, Cl 3:18-21, Jo 3:14-15. 
                                
                                
                                16. 
                                O Novo Começo 
                                Juntos, reafirmamos nossa confiança no 
                                cristianismo anglicano que se expressa nos padrões 
                                históricos dos credos ecumênicos, 
                                dos Trinta e Nove Artigos de Religião e 
                                do Livro de Oração Comum.
                                
                                O respeito por estes padrões reforça 
                                nossa identidade e comunhão. Como pecadores, 
                                reconhecemos que freqüentemente temos sido 
                                desobedientes ao Senhor da igreja. Com a ajuda 
                                de Deus, resolvemos guardar nossa herança 
                                de fé e transmiti-la intacta, integralmente. 
                                
                                
                                Esta plenitude de fé é necessária 
                                tanto para a renovação anglicana 
                                como para a proclamação eficaz das 
                                Boas Novas de Jesus Cristo, no poder do Espírito 
                                Santo. 
                                
                                Convidamos a todos os anglicanos (e cristãos 
                                de outras denominações) a unir-se 
                                a nós, afirmando que esta Declaração 
                                contém o essencial da fé para o 
                                discipulado e para a prática cristã 
                                em nossos dias. 
                                
                                Nesta Declaração, cremos estar insistindo 
                                somente naquilo que é genuinamente essencial. 
                                Quanto ao não essencial, devemos pedir 
                                a graça do Senhor para reconhecer e respeitar 
                                a liberdade que tem tradicionalmente caracterizado 
                                nossa herança anglicana.
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                               AS 95 TESES DE LUTERO
 
                              AS 95 TESES DE LUTERO
 
 1ª 
                              Tese Dizendo nosso Senhor e Mestre Jesus Cristo: 
                              "Arrependei-vos", certamente quer que 
                              toda a vida dos seus crentes na terra seja contínuo 
                              arrependimento. 
                              
                              2ª Tese E esta expressão não 
                              pode e não deve ser interpretada como referindo-se 
                              ao sacramento da penitência, isto é, 
                              à confissão e satisfação, 
                              a cargo do ofício dos sacerdotes. 
                              
                              3ª Tese Todavia não quer que apenas 
                              se entenda o arrependimento interno; o arrependimento 
                              interno nem mesmo é arrependimento quando 
                              não produz toda sorte de modificações 
                              da carne. 
                              
                              4ª Tese Assim sendo, o arrependimento e o pesar, 
                              isto é, a verdadeira penitência, perdura 
                              enquanto o homem se desagradar de si mesmo, a saber, 
                              até a entrada desta para a vida eterna. 
                              
                              5ª Tese O papa não quer e não 
                              pode dispensar outras penas, além das que 
                              impôs ao seu alvitre ou em acordo com os cânones, 
                              que são estatutos papais. 
                              
                              6ª Tese O papa não pode perdoar divida 
                              senão declarar e confirmar aquilo que já 
                              foi perdoado por Deus; ou então faz nos casos 
                              que lhe foram reservados. Nestes casos, se desprezados, 
                              a dívida deixaria de ser em absoluto anulada 
                              ou perdoada. 
                              
                              7ª Tese Deus a ninguém perdoa a dívida 
                              sem que ao mesmo tempo o subordine, em sincera humildade, 
                              ao sacerdote, seu vigário. 
                              
                              8ª Tese Canones poenitendiales, que não 
                              as ordenanças de prescrição 
                              da maneira em que se deve confessar e expiar, apenas 
                              aio Impostas aos vivos, e, de acordo com as mesmas 
                              ordenanças, não dizem respeito aos 
                              moribundos. 
                              
                              9ª Tese Eis porque o Espírito Santo 
                              nos faz bem mediante o papa, excluído este 
                              de todos os seus decretos ou direitos o artigo da 
                              morte e da necessidade suprema 
                              
                              10ª Tese Procedem desajuizadamente e mal os 
                              sacerdotes que reservam e impõem aos moribundos 
                              poenitentias canonicas ou penitências para 
                              o purgatório a fim de ali serem cumpridas. 
                              
                              
                              11ª Tese Este joio, que é o de se transformar 
                              a penitência e satisfação, Previstas 
                              pelos cânones ou estatutos, em penitência 
                              ou penas do purgatório, foi semeado quando 
                              os bispos se achavam dormindo. 
                              
                              12ª Tese Outrora canonicae poenae, ou sejam 
                              penitência e satisfação por 
                              pecadores cometidos eram impostos, não depois, 
                              mas antes da absolvição, com a finalidade 
                              de provar a sinceridade do arrependimento e do pesar. 
                              
                              
                              13ª Tese Os moribundos tudo satisfazem com 
                              a sua morte e estão mortos para o direito 
                              canônico, sendo, portanto, dispensados, com 
                              justiça, de sua imposição. 
                              
                              
                              14ª Tese Piedade ou amor Imperfeitos da parte 
                              daquele qtie se acha às portas da morte necessariamente 
                              resultam em grande temor; logo, quanto menor o amor, 
                              tanto maior o temor. 
                              
                              15ª Tese Este temor e espanto em si tão 
                              só, sem falar de outras cousas, bastam para 
                              causar o tormento e o horror do purgatório, 
                              pois que se avizinham da angústia do desespero. 
                              
                              
                              16ª Tese Inferno, purgatório e céu 
                              parecem ser tão diferentes quanto o são 
                              um do outro o desespero completo, incompleto ou 
                              quase desespero e certeza. 
                              
                              17ª Tese Parece que assim como no purgatório 
                              diminuem a angústia e o espanto das almas, 
                              nelas também deve crescer e aumentar o amor. 
                              
                              
                              18ª Tese Bem assim parece não ter sido 
                              provado, nem por boas ações e nem 
                              pela Escritura, que as almas no purgatório 
                              se encontram fora da possibilidade do mérito 
                              ou do crescimento no amor. 
                              
                              19ª Tese Ainda parece não ter sido provado 
                              que todas as almas do purgatório tenham certeza 
                              de sua salvação e não receiem 
                              por ela, não obstante nós termos absoluta 
                              certeza disto. 
                              
                              20ª Tese Por isso o papa não quer dizer 
                              e nem compreende com as palavras “perdão 
                              plenário de todas as penas” que todo 
                              o tormento é perdoado, mas as penas por ele 
                              impostas. 
                              
                              21ª Tese Eis porque erram os apregoadores de 
                              indulgências ao afirmarem ser o homem perdoado 
                              de todas as penas e salvo mediante a indulgência 
                              do papa. 
                              
                              22ª Tese Pensa com efeito, o papa nenhuma pena 
                              dispensa às almas no purgatório das 
                              que segundo os cânones da Igreja deviam ter 
                              expiado e pago na presente vida. 
                              
                              23ª Tese Verdade é que se houver qualquer 
                              perdão plenário das penas, este apenas 
                              será dado aos mais perfeitos, que são 
                              muito poucos. 
                              
                              24ª Tese Assim sendo, a maioria do povo é 
                              ludibriada com as pomposas promessas do indistinto 
                              perdão, impressionando-se o homem singelo 
                              com as penas pagas. 
                              
                              25ª Tese Exatamente o mesmo poder geral, que 
                              o papa tem sobre o purgatório, qualquer bispo 
                              e cura d’almas o tem no seu bispado e na sua 
                              paróquia, quer de modo especial e quer para 
                              com os seus em particular. 
                              
                              26ª Tese O papa faz muito bem em não 
                              conceder às almas o perdão em virtude 
                              do poder das chaves (ao qual não possui), 
                              mas pela ajuda ou em forma de intercessão. 
                              
                              
                              27ª Tese Pregam futilidades humanas quantos 
                              alegam que no momento em que a moeda soa ao cair 
                              na caixa a alma se vai do purgatório. 
                              
                              28ª Tese Certo é que no momento em que 
                              a moeda soa na caixa vêm o lucro e o amor 
                              ao dinheiro cresce e aumenta; a ajuda, porém, 
                              ou a intercessão da Igreja tão só 
                              correspondem à vontade e ao agrado de Deus. 
                              
                              
                              29ª Tese E quem sabe, se todas as almas do 
                              purgatório querem ser libertadas, quando 
                              há quem diga o que sucedeu com Santo Severino 
                              e Pascoal. 
                              
                              30ª Tese Ninguém tem certeza da suficiência 
                              do seu arrependimento e pesar verdadeiros; muito 
                              menos certeza pode ter de haver alcançado 
                              pleno perdão dos seus pecados. 
                              
                              31ª Tese Tão raro como existe alguém 
                              que possui arrependimento e, pesar verdadeiros, 
                              tão raro também é aquele que 
                              verdadeiramente alcança indulgência, 
                              sendo bem poucos os que se encontram. 
                              
                              32ª Tese Irão para o diabo juntamente 
                              com os seus mestres aqueles que julgam obter certeza 
                              de sua salvação mediante breves de 
                              indulgência. 
                              
                              33ª Tese Há que acautelasse muito e 
                              ter cuidado daqueles que dizem: A indulgência 
                              do papa é a mais sublime e mais preciosa 
                              graça ou dadiva de Deus, pela qual o homem 
                              é reconciliado com Deus. 
                              
                              34ª Tese Tanto assim que a graça da 
                              indulgência apenas se refere à pena 
                              satisfatória estipulada por homens. 
                              
                              35ª Tese Ensinam de maneira ímpia quantos 
                              alegam que aqueles que querem livrar almas do purgatório 
                              ou adquirir breves de confissão não 
                              necessitam de arrependimento e pesar. 
                              
                              36ª Tese Todo e qualquer cristão que 
                              se arrepende verdadeiramente dos seus pecados, sente 
                              pesar por ter pecado, tem pleno perdão da 
                              pena e da dívida, perdão esse que 
                              lhe pertence mesmo sem breve de indulgência. 
                              
                              
                              37ª Tese Todo e qualquer cristão verdadeiro, 
                              vivo ou morto, é participante de todos os 
                              bens de Cristo e da Igreja, dádiva de Deus, 
                              mesmo sem breve de indulgência. 
                              
                              38ª Tese Entretanto se não deve desprezar 
                              o perdão e a distribuição por 
                              parte do papa. Pois, conforme declarei, o seu perdão 
                              constitui uma declaração do perdão 
                              divino. 
                              
                              39ª Tese É extremamente difícil, 
                              mesmo para os mais doutos teólogos, exaltar 
                              diante do povo ao mesmo tempo a grande riqueza da 
                              indulgência e ao contrário o verdadeiro 
                              arrependimento e pesar. 
                              
                              40ª Tese O verdadeiro arrependimento e pesar 
                              buscam e amam o castigo: mas a profusão da 
                              indulgência livra das penas e faz com que 
                              se as aborreça, pelo menos quando há 
                              oportunidade para isso. 
                              
                              41ª Tese É necessário pregar 
                              cautelosamente sobre a indulgência papal para 
                              que o homem singelo não julgue erroneamente 
                              ser a indulgência preferível às 
                              demais obras de caridade ou melhor do que elas. 
                              
                              
                              42ª Tese Deve-se ensinar aos cristãos, 
                              não ser pensamento e opinião do papa 
                              que a aquisição de indulgência 
                              de alguma maneira possa ser comparada com qualquer 
                              obra de caridade. 
                              
                              43ª Tese Deve-se ensinar aos cristãos 
                              proceder melhor quem dá aos pobres ou empresta 
                              aos necessitados do que os que compram indulgências. 
                              
                              
                              44ª Tese Ê que pela obra de caridade 
                              cresce o amor ao próximo e o homem torna-se 
                              mais piedoso; pelas indulgências, porém, 
                              não se torna melhor senão mais seguro 
                              e livre da pena. 
                              
                              45ª Tese Deve-se ensinar aos cristãos 
                              que aquele que vê seu próximo padecer 
                              necessidade e a despeito disto gasta dinheiro com 
                              indulgências, não adquire indulgências 
                              do papa. mas provoca a ira de Deus. 
                              
                              46ª Tese Deve-se ensinar aos cristãos 
                              que, se não tiverem fartura , fiquem com 
                              o necessário para a casa e de maneira nenhuma 
                              o esbanjem com indulgências. 
                              
                              47ª Tese Deve-se ensinar aos cristãos, 
                              ser a compra de indulgências livre e não 
                              ordenada 
                              
                              48ª Tese Deve-se ensinar aos cristãos 
                              que, se o papa precisa conceder mais indulgências, 
                              mais necessita de uma oração fervorosa 
                              do que de dinheiro. 
                              
                              49ª Tese Deve-se ensinar aos cristãos, 
                              serem muito boas as indulgências do papa enquanto 
                              o homem não confiar nelas; mas muito prejudiciais 
                              quando, em conseqüência delas, se perde 
                              o temor de Deus. 
                              
                              50ª Tese Deve-se ensinar aos cristãos 
                              que, se o papa tivesse conhecimento da traficância 
                              dos apregoadores de indulgências, preferiria 
                              ver a catedral de São Pedro ser reduzida 
                              a cinzas a ser edificada com a pele, a carne e os 
                              ossos de suas ovelhas. 
                              
                              51ª Tese Deve-se ensinar aos cristãos 
                              que o papa, por dever seu, preferiria distribuir 
                              o seu dinheiro aos que em geral são despojados 
                              do dinheiro pelos apregoadores de indulgências, 
                              vendendo, se necessário fosse, a própria 
                              catedral de São Pedro. 
                              
                              52º Tese Comete-se injustiça contra 
                              a Palavra de Deus quando, no mesmo sermão, 
                              se consagra tanto ou mais tempo à indulgência 
                              do que à pregação da Palavra 
                              do Senhor. 
                              
                              53ª Tese São inimigos de Cristo e do 
                              papa quantos por causa da prédica de indulgências 
                              proíbem a Palavra de Deus nas demais igrejas. 
                              
                              
                              54ª Tese Esperar ser salvo mediante breves 
                              de indulgência é vaidade e mentira, 
                              mesmo se o comissário de indulgências, 
                              mesmo se o próprio papa oferecesse sua alma 
                              como garantia. 
                              
                              55ª Tese A intenção do papa não 
                              pode ser outra do que celebrar a indulgência, 
                              que é a causa menor, com um sino, uma pompa 
                              e uma cerimônia, enquanto o Evangelho, que 
                              é o essencial, importa ser anunciado mediante 
                              cem sinos, centenas de pompas e solenidades. 
                              
                              56ª Tese Os tesouros da Igreja, dos quais o 
                              papa tira e distribui as indulgências, não 
                              são bastante mencionados e nem suficientemente 
                              conhecido na Igreja de Cristo. 
                              
                              57ª Tese Que não são bens temporais, 
                              é evidente, porquanto muitos pregadores a 
                              estes não distribuem com facilidade, antes 
                              os ajuntam. 
                              
                              58ª Tese Tão pouco são os merecimentos 
                              de Cristo e dos santos, porquanto estes sempre são 
                              eficientes e, independentemente do papa, operam 
                              salvação do homem interior e a cruz, 
                              a morte e o inferno para o homem exterior. 
                              
                              59ª Tese São Lourenço aos pobres 
                              chamava tesouros da Igreja, mas no sentido em que 
                              a palavra era usada na sua época. 
                              
                              60ª Tese Afirmamos com boa razão, sem 
                              temeridade ou leviandade, que estes tesouros são 
                              as chaves da Igreja, a ela dado pelo merecimento 
                              de Cristo. 
                              
                              61ª Tese Evidente é que para o perdão 
                              de penas e para a absolvição em determinados 
                              casos o poder do papa por si só basta. 
                              
                              62ª Tese O verdadeiro tesouro da Igreja é 
                              o santíssimo Evangelho da glória e 
                              da graça de Deus.
                              
                              63ª Tese Este tesouro, porém, é 
                              muito desprezado e odiado, porquanto faz com que 
                              os primeiros sejam os últimos. 
                              
                              64ª Tese Enquanto isso o tesouro das indulgências 
                              é sabiamente o mais apreciado, porquanto 
                              faz com que os últimos sejam os primeiros. 
                              
                              
                              65ª Tese Por essa razão os tesouros 
                              evangélicos outrora foram as redes com que 
                              se apanhavam os ricos e abastados. 
                              
                              66ª Tese Os tesouros das indulgências, 
                              porém, são as redes com que hoje se 
                              apanham as riquezas dos homens. 
                              
                              67ª Tese As indulgências apregoadas pelos 
                              seus vendedores como a mais sublime graça 
                              decerto assim são consideradas porque lhes 
                              trazem grandes proventos. 
                              
                              68ª Tese Nem por isso semelhante indigência 
                              não deixa de ser a mais Intima graça 
                              comparada com a graça de Deus e a piedade 
                              da cruz. 
                              
                              69ª Tese Os bispos e os sacerdotes são 
                              obrigados a receber os comissários das indulgências 
                              apostólicas com toda a reverência
                              
                              70ª Tese Entretanto têm muito maior dever 
                              de conservar abertos olhos e ouvidos, para que estes 
                              comissários, em vez de cumprirem as ordens 
                              recebidas do papa, não preguem os seus próprios 
                              sonhos. 
                              
                              71ª Tese Aquele, porém, que se insurgir 
                              contra as palavras insolentes e arrogantes dos apregoadores 
                              de indulgências, seja abençoado. 
                              
                              72ª Tese Quem levanta a sua voz contra a verdade 
                              das indulgências papais é excomungado 
                              e maldito. 
                              
                              73ª Tese Da mesma maneira em que o papa usa 
                              de justiça ao fulminar com a excomunhão 
                              aos que em prejuízo do comércio de 
                              indulgências procedem astuciosamente. 
                              
                              74ª Tese Muito mais deseja atingir com o desfavor 
                              e a excomunhão àqueles que, sob o 
                              pretexto de indulgência, prejudiquem a santa 
                              caridade e a verdade pela sua maneira de agir. 
                              
                              75ª Tese Considerar as indulgências do 
                              papa tão poderosas, a ponto de poderem absolver 
                              alguém dos pecados, mesmo que (cousa impossível) 
                              tivesse deshonrado a mãe de Deus, significa 
                              ser demente. 
                              
                              76ª Tese Bem ao contrario, afirmamos que a 
                              indulgência do papa nem mesmo o menor pecado 
                              venial pode anular o que diz respeito à culpa 
                              que constitui. 
                              
                              77ª Tese Dizer que mesmo São Pedro, 
                              se agora fosse papa, não poderia dispensar 
                              maior indulgência, significa blasfemar S. 
                              Pedro e o papa. 
                              
                              78ª Tese Em contrario dizemos que o atual papa, 
                              e todos os que o sucederam, é detentor de 
                              muito maior indulgência, isto é, o 
                              Evangelho. as virtudes o dom de curar, etc., de 
                              acordo com o que diz 1Coríntios 12. 
                              
                              79ª Tese Afirmar ter a cruz de indulgências 
                              adornada com as armas do papa e colocada na igreja 
                              tanto valor como a própria cruz de Cristo, 
                              é blasfêmia. 
                              
                              80ª Tese Os bispos, padres e teólogos 
                              que consentem em semelhante linguagem diante do 
                              povo, terão de prestar contas deste procedimento. 
                              
                              
                              81ª Tese Semelhante pregação, 
                              a enaltecer atrevida e insolentemente a Indulgência, 
                              faz com que mesmo a homens doutos é difícil 
                              proteger a devida reverência ao papa contra 
                              a maledicência e as fortes objeções 
                              dos leigos. 
                              
                              82ª Tese Eis um exemplo: Por que o papa não 
                              tira duma só vez todas as almas do purgatório, 
                              movido por santíssima' caridade e em face 
                              da mais premente necessidade das almas, que seria 
                              justíssirno motivo para tanto, quando em 
                              troca de vil dinheiro para a construção 
                              da catedral de S. Pedro, livra um sem número 
                              de almas, logo por motivo bastante Insignificante? 
                              
                              
                              83ª Tese Outrossim: Por que continuam as exéquias 
                              e missas de ano em sufrágio das almas dos 
                              defuntos e não se devolve o dinheiro recebido 
                              para o mesmo fim ou não se permite os doadores 
                              busquem de novo os benefícios ou pretendas 
                              oferecidos em favor dos mortos, visto' ser Injusto 
                              continuar a rezar pelos já resgatados? 
                              
                              84ª Tese Ainda: Que nova piedade de Deus e 
                              dó papa é esta, que permite a um ímpio 
                              e inimigo resgatar uma alma piedosa e agradável 
                              a Deus por amor ao dinheiro e não resgatar 
                              esta mesma alma piedosa e querida de sua grande 
                              necessidade por livre amor e sem paga? 
                              
                              85ª Tese Ainda: Por que os cânones de 
                              penitencia, que, de fato, faz muito caducaram e 
                              morreram pelo desuso, tornam a ser resgatados mediante 
                              dinheiro em forma de indulgência como se continuassem 
                              bem vivos e em vigor? 
                              
                              86ª Tese Ainda: Por que o papa, cuja fortuna 
                              hoje é mais principesca do que a de qualquer 
                              Credo, não prefere edificar a catedral de 
                              S. Pedro de seu próprio bolso em vez de o 
                              fazer com o dinheiro de fiéis pobres? 
                              
                              87ª Tese Ainda: Quê ou que parte concede 
                              o papa do dinheiro proveniente de indulgências 
                              aos que pela penitência completa assiste o 
                              direito à indulgência plenária? 
                              
                              
                              88ª Tese Afinal: Que maior bem poderia receber 
                              a Igreja, se o papa, como Já O faz, cem vezes 
                              ao dia, concedesse a cada fiel semelhante dispensa 
                              e participação da indulgência 
                              a título gratuito. 
                              
                              89ª Tese Visto o papa visar mais a salvação 
                              das almas do que o dinheiro, por que revoga os breves 
                              de indulgência outrora por ele concedidos, 
                              aos quais atribuía as mesmas virtudes? 
                              
                              90ª Tese Refutar estes argumentos sagazes dos 
                              leigos pelo uso da força e não mediante 
                              argumentos da lógica, significa entregar 
                              a Igreja e o papa a zombaria dos inimigos e desgraçar 
                              os cristãos. 
                              
                              91ª Tese Se a Indulgência fosse apregoada 
                              segundo o espírito e sentido do papa, aqueles 
                              receios seriam facilmente desfeitos, nem mesmo teriam 
                              surgido. 
                              
                              92ª Tese Fora, pois, com todos estes profetas 
                              que dizem ao povo de Cristo: Paz! Paz! e não 
                              há Paz. 
                              
                              93ª Tese Abençoados sejam, porém, 
                              todos os profetas que dizem à grei de Cristo: 
                              Cruz! Cruz! e não há cruz. 
                              
                              94ª Tese Admoestem-se os cristãos a 
                              que se empenhem em seguir sua Cabeça Cristo 
                              através do padecimento, morte e inferno. 
                              
                              
                              95ª Tese E assim esperem mais entrar no Reino 
                              dos céus através de muitas tribulações 
                              do que facilitados diante de consolações 
                              infundadas. 
                              
    
        
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