O MOVIMENTO DE CONVERGÊNCIA
(Escrito em 1992 pelo arcebispo
Wayne Boosahda e pelo bispo Randy Sly para a Biblioteca
Completa do Culto Cristão, Robert Webber)
“Por isso, todo mestre instruído
quanto ao Reino dos céus é como
o dono de uma casa que tira do seu tesouro coisas
novas e coisas velhas” ( Mateus 13:52 NVI).
Esta passagem bíblica resume
a fonte do descobrimento de uma corrente de pensamento
e renovação através do Corpo
de Cristo. Descrito como o Movimento de Convergência
ou “Convergência das Correntes”,
este insipiente movimento aparece, tanto para
os observadores como para os participantes, como
outra evidência contemporânea da ação
continuada de Deus na história, para renovar,
restabelecer e unificar o seu povo em um mesmo
sentir e propósito em Cristo.
O Movimento de Convergência
surgiu a partir do desejo e do sentir comum de
se ter uma plena experiência da espiritualidade
cristã. Para facilitar, neste artigo, chamaremos
este movimento pela sigla “MC”. Seu
principal objetivo é trabalhar na convergência
ou união dos elementos essenciais da fé,
ordem e prática cristã associando
as correntes: carismática/pentecostal;
evangélica/reformada e litúrgica/sacramental.
Desta forma, um número crescente de congregações
e líderes locais de muitas outras denominações,
estão encontrando “tesouros velhos
e novos” herdados espiritualmente da Igreja
universal.
A combinação ou convergência
dessas tradições é vista
como a obra do Espírito Santo que compartilha
sua graça, como vemos na visão do
Salmo 46:4-5 “Há um rio, cujas correntes
alegram a cidade de Deus, o santuário das
moradas do Altíssimo. Deus está
no meio dela; jamais será abalada; Deus
a ajudará desde a antemanhã”.
Deste modo, a “Cidade de Deus“ é
vista como a Igreja; o rio, como a ação
e o fluir de sua presença na Igreja e,
as muitas correntes, como expressões do
rio que vão sendo desenvolvidas e bifurcadas
do rio principal através da história.
Todas as correntes são necessárias
para enriquecer e alegrar a cidade de Deus com
a plenitude da vida, o poder, o propósito
e a sua presença. Hoje nos encontramos
num tempo no qual as correntes parecem correr
até o rio e se unir cada vez mais. O ministro
anglicano David Watson escreveu em seu livro "Eu
Creio na Igreja" o seguinte: “Este
rompimento com Roma (a Reforma), apesar de inevitável,
devido à corrupção do tempo,
desgraçadamente produziu sucessivas divisões
que tem partido em mil pedaços o Corpo
de Cristo, com um resultado que, hoje, a missão
da Igreja é gravemente invalidada pela
variedade desconcertante de denominações...
Assim sendo, a Igreja é uma cristandade
dividida e separada não obstante isto ser
um escândalo e, cremos, todos os cristãos
necessitam arrepender-se deste fato profundamente...”.
Esta chamada para seguir adiante é o desejo
de muitos no MC que querem ver as correntes da
Igreja juntas.
Wayne Boosahda e Randy Sly, da
Igreja de Hosanna del Rey, expressaram a convicção
de que “distantes dos dias da Reforma, agora
vemos o coração de Deus movendo-se
até uma categoria de reforma ao inverso
ou a restauração de uma Igreja Santa,
Católica e Apostólica (católico
aqui usado para se referir ao mais amplo sentido
da Igreja de Jesus Cristo, como Universal)”.
A História
do seu Aparecimento e Crescimento
O Movimento de Convergência
parece ter duas fontes antecedentes em duas áreas
de renovação espiritual e culto
da Igreja neste século: a renovação
carismática contemporânea e o movimento
de renovação litúrgica, incluindo
católicos e protestantes. A renovação
carismática começou no início
dos anos 1960 e se desenvolveu principalmente
no meio das denominações. A renovação
uniu elementos pentecostais e carismáticos,
tais como santidade, profecia e espontaneidade
de louvor e adoração, com os elementos
mais tradicionais (e eventualmente, católico
romanos) das práticas litúrgica
e reformada.
O que alguns chamaram de a “Terceira
Onda” ou o “Movimento de Sinais e
Maravilhas” começou em volta de 1978
com o aparecimento do ministério de Jonh
Wimber e as Igrejas da Videira que surgiram através
do seu trabalho. James Robinson, Jim Hylton, Ray
Robinson, além de outros líderes
batistas do sul, presenciaram uma onda que se
chamou “O Movimento da Plenitude”
que tocou principalmente a CBS. Peter Wagner e
outros membros do Seminário Teológico
Fuller, formalizaram o movimento através
de seus escritos e atuaram como um filtro e ponto
de enfoque. A Terceira Onda foi descrita por algumas
pessoas como um epílogo da Renovação
Carismática, reunindo os elementos carismáticos
do culto - experiência e pratica, com a
tradição evangélica.
A outra influência chave
sobre MC foi o movimento de renovação
litúrgica, que surgiu originariamente na
França dentro da Igreja Católica
Romana e em Oxford através do Movimento
Tractariano da Igreja da Inglaterra no século
XIX. A renovação litúrgica
causou um ressurgimento do interesse de retornar
à essência, ao espírito e
à forma do culto cristão antigo,
como foi praticado e entendido pela Igreja primitiva
dos primeiros oito séculos. O enfoque particular
foi dado aos pais apostólicos da Igreja
primitiva e indivisa até o ano 390 d.c.
As descobertas e o enriquecimento da teologia
e a prática do culto e o ministério
daquela era fértil foi derramado nas Igrejas
protestantes e começou a ter um grande
impacto sobre elas por volta de 1950.
Há um componente comum no
atual MC que veio desses movimentos anteriores
que é o grande desejo e a preocupação
pela unidade de todo o Corpo de Cristo, a Igreja.
Não obstante não ter se associado
com o Movimento Ecumênico oficial do Concílio
Mundial de Igrejas, o MC tem um grande desejo
de aprender com outras tradições
de culto e espiritualidade que estejam além
de sua própria tradição,
buscando assim integrar estas descobertas em sua
própria prática e experiência
no caminho da fé.
Verdadeiramente, muitos líderes
no movimento descrevem sua experiência como
um caminho ou peregrinação convincente.
Desta forma, buscaram através de acontecimentos
soberanos, relações pessoais, leitura
de livros ou idéias ocasionais, uma melhor
compreensão da Igreja e, sendo assim, chegaram
a conclusões que eram bastante diferentes
de suas prévias perspectivas e de seus
antecessores.
Um caso em evidência foi
Richard Foster, de antecedente quaker, cuja peregrinação
pessoal o dirigiu para escrever o clássico
“A Celebração da Disciplina”
em que ele enfoca uma prática integrada
de disciplinas espirituais perfiladas desde as
cinco tradições básicas da
espiritualidade na Igreja através da história.
Como resultado de seu enfoque revelador, Foster
convocou uma conferência em 1988 chamada
“Renovare” que se reuniu em Wichita,
Kentucky. Essa conferência e o objetivo
de renovação converteram-se nos
precursores diretos do conceito de convergência
de correntes.
Sem ser reconhecido abertamente
até 1985, constata-se, que muitas pessoas
conheceram o MC no caminho proveniente de várias
transformações da Igreja que tiveram
experiências e pontos de vista semelhantes
ou idênticos. De uma em uma, congregações
e líderes foram se conhecendo com a sensação
de que Deus estava fazendo alguma coisa em um
nível básico semelhante a um rio
subterrâneo que está perto de sair
para superfície.
Os pioneiros contemporâneos
do MC, que formaram seu conhecimento e pensamento,
são homens como o Dr. Robert Webber –
autor e professor de Teologia em Wheaton College;
o Dr. Robert Stamps - antigo capelão da
Universidade Oral Roberts; Peter Gillquist - antigo
líder e agora um sacerdote e evangelista
ortodoxo; Thomas Howard, de St. John Seminary;
Thomas Oden – o teólogo e autor da
Drew University; Howard Snyder - teólogo,
autor e educador cristão; Stan White –
antigo pastor da Assembléia de Deus e agora
um sacerdote episcopal e outros como David Duplessis
- ministro pentecostal e precursor do diálogo
carismático ecumênico entre católicos
romanos e pentecostais; o atual arcebispo de Cantuária
George Carey; a Ordem Litúrgica de São
Lucas dos Metodistas Unidos e Peter Hocken –
teólogo católico romano.
Como podemos ver, o MC tem a capacidade
de agregar pessoas que vêm de uma profunda
transformação, desde fundamentalistas
e evangélicos ao anglicanismo/episcopal
e protestantes e, desde pentecostais clássicos
e carismáticos independentes a católicos
romanos e ortodoxos. Apesar de nem todos os que
foram citados fazerem parte diretamente do MC,
sem nenhuma dúvida, ajudaram a formar e
influenciaram a visão, pensamento e prática
desenvolvida dos que lá estão.
Robert Weber escreveu vários
livros chaves na história e na prática
do culto cristão tais como “Culto
Antigo e Novo“, “A Adoração
é um Verbo” e “Sinais e Prodígios
- O Fenômeno de Convergência nas Igrejas
Modernas: Litúrgicas e Carismáticas”,
os quais tem sido sumamente influentes no movimento.
Seu livro “Evangélicos no Estreito
Caminho de Cantuária”, descreve uma
tendência de cristãos evangélicos
que se unem a Igrejas litúrgicas e suas
razões. Este livro foi uma das primeiras
descobertas para muitos que agora trabalham claramente
em uma perspectiva de convergência.
O maior conhecimento público
do novo movimento veio por Stan White, um jovem
da quarta geração de pastores da
Assembléia de Deus de Valdosta, Georgia,
que fomentou um grande debate quando tomou toda
sua congregação carismática
independente e foi para a Igreja Episcopal. A
história foi contada pela revista “Cristianismo
Hoje” em setembro de 1990 com o título:
“Por que os bispos foram a Valdosta?”.
A revista Carisma, a principal voz do movimento
carismático, publicou um artigo em abril
de 1991 sobre a ida de Stan White até uma
Igreja que era completamente carismática,
completamente evangélica, completamente
litúrgica e sacramental.
Peter Giliquist, um líder
do Ágape(Cruzada Estudantil para Cristo)
nos anos 60, deixou o movimento Ágape com
vários outros líderes próximos
em busca da verdadeira Igreja do Novo Testamento.
O livro de Giliquist “Fazendo-se Ortodoxo
- Uma Viagem à Fé Cristã
Antiga”, descreve uma crônica de sua
perigrinação fascinante em busca,
através do estudo e investigação,
da Igreja primitiva durante quinze anos. Seus
descobrimentos os dirigiram a serem recebidos
e incluídos por completo na Igreja Ortodoxa
de Antioquia. Dois mil crentes evangélicos/carismáticos
que formaram a associação das quinze
congregações que eles haviam fundado,
foram recebidos também no ramo da Igreja
Ortodoxa de Antioquia.
Quando as notícias desses
acontecimentos começaram a circular, vários
líderes começaram a identificar
algo novo e foram alentados pelo fato de reconhecerem
que Deus estava verdadeiramente restaurando uma
fé antiga em um mundo novo. Assim, esses
líderes ficaram, de fato, aliviados ao
descobrir que não eram os únicos
que pensavam dessa maneira ou estavam convencidos
por esta visão. De uma forma inesperada,
pareceu que Deus estava confirmando sua chamada
através do início de uma visão
de unidade do Corpo de Cristo baseada na oração
de Jesus em João 17 e na sua declaração
em João 10:16 “Tenho outras ovelhas
que não são deste aprisco. É
necessário que eu as conduza também.
Elas ouvirão a minha voz, e haverá
um só rebanho e um só pastor”
(NVI). Pareceu a eles ser uma unidade que não
só ultrapassaria as fronteiras, mas que
também dirigiria à ampliação
e ao enriquecimento da fé, da visão,
do culto e da prática da plenitude em toda
a Igreja.
Dois grupos chaves de congregações
locais que representavam e refletiam a visão,
os valores e as práticas reveladas no MC
se encontram nas áreas metropolitanas de
Kansas e Oklahoma. A Igreja Hosanna del Rey, fundada
em 1988 no Kansas como uma congregação
carismática independente, foi um instrumento
utilizado por Deus para despertar interesses e
compartilhar, localmente e mais além, o
despertar da convergência de correntes.
Aberta por Wayne e Stephanie Boosahda, a Igreja
é agora pastoreada por Randy e Sandy Sly,
que vêm trabalhando junto com Boosahda numa
forte ênfase quanto ao fomento do conhecimento
desta obra do Espírito de Deus.
Também encontramos nessa
linha de convergência, congregações
episcopais, carismáticas e evangélicas
independentes. Os pastores Ron Mccrarye, da Igreja
Episcopal de Cristo e Randall Davey, da Igreja
Nazarena Overland Park, representam outros dois
líderes e congregações impactados
pelo pensamento e pela prática do MC.
Em Oklahoma, os pastores Mike e
Beth Owen da Igreja do Espírito Santo,
originalmente uma Igreja da Videira e o Dr. Robert
Wise e sua esposa Margarita, da Igreja Comunitária
do Redentor juntos com suas congregações,
impactaram uma área de Oklahoma quando
compartilharam suas experiências com outras
congregações e líderes, especialmente
dentro de círculos litúrgicos e
carismáticos. Eles desenvolveram fortes
vínculos com os de Kansas e, dessa forma,
formalizaram a visão e os valores essenciais
do movimento em nível nacional e internacional.
Essas Igrejas e seus líderes,
juntamente com vários outros membros da
Igreja de Jesus Cristo, estão convencidos
de que se encontram envolvidos com algo significativo
na história e na promessa para “a
Igreja Una, Santa, Católica e Apostólica”
de Jesus Cristo em nosso tempo.
Os Elementos
Comuns de Igrejas de Convergência
Aqueles que são atraídos
pelo Senhor a esta convergência de correntes
são caracterizados por vários elementos
comuns. Ao mesmo tempo, não obstante não
estarem em ordem de importância, eles parecem
formar a base para a direção e o
enfoque do MC.
1. Um compromisso
de restaurar os sacramentos, especialmente a Mesa
do Senhor.
Os membros provenientes das correntes
evangélicas e carismáticas da Igreja
não tem enfatizado realmente a dimensão
sacramental da Igreja. De fato, para eles, o Batismo
e a Santa Comunhão são vistos mais
como ordenanças do que como sacramentos
- as ordens do Senhor devem ser empreendidas pela
Igreja porém, não por um propósito,
mas pela obediência. Analisando por uma
perspectiva mais sacramental, estas duas expressões
da vida da Igreja se vêem como santas e
sagradas ao Senhor, símbolos com verdadeiro
significado espiritual usados como um ponto de
contato entre o homem e Deus. A presença
do Senhor e do seu poder se libera nestes atos
e o adorador os encontra por meio dos elementos.
2. Um desejo
maior de conhecer mais sobre a igreja primitiva
Para muitos cristãos, existiu
um vazio entre as páginas do Novo Testamento
e a Igreja contemporânea. Isto deixou o
Corpo desconectado, sem herança histórica.
Como um barco à deriva, a Igreja tem tido
dificuldades, ao longo dos tempos, em explicar
quem é, de onde veio ou por que existe.
Uma mudança recente, dentro desta perspectiva,
fez com que a Igreja começasse a reencontrar
suas raízes de tal forma a gerar uma conexão
comum no contexto do Reino de Deus. O estudo da
Igreja primitiva deu oportunidade a muitos de
verem os princípios da Igreja do Novo Testamento
levados a cabo pelos doze apóstolos e seus
seguidores. Esses textos proporcionaram uma conexão
com a época mais recente, explicando como
a Igreja primitiva entendia sua fé e suas
práticas, como adorava e como liderava
um movimento crescente. Assim, a História
do Corpo de Cristo pode ser descrita através
das gerações posteriores, com seus
êxitos e fracassos.
3. Amor
e aceitação pela Igreja inteira
e um desejo de ver a Igreja como uma.
As várias expressões
do cristianismo permaneceram em seus elementos
distintos por muitos anos através da separação
sectária e das denominações.
As Igrejas de convergência olham para mais
além dessas barreiras artificiais para
alentar, apreciar e aprender mais acerca da singularidade
que encontramos nas diferentes comunidades de
fé. A oração de Jesus em
João 17 é o chamado à Igreja
para ser como um Corpo, não mediante a
doutrinas ou dogmas, senão a estar embaixo
da unidade da Pessoa de Jesus Cristo - há
unidade em nossa diversidade. Este sentido de
unidade não requer de nenhuma Igreja renegar
sua expressão própria como Corpo
de Cristo, mas ao mesmo tempo nos chama a apreciar
e acolher a variedade e a beleza da Igreja mundial
ao longo da história. As igrejas de convergência
apreciam a chegada das várias correntes
de outras Igrejas. A chamada das Igrejas do MC
é: “ser uma, seguir adiante, juntas,
para representar um povo unido em Cristo para
alcançar um mundo ferido e doente”.
4. A incorporação
das práticas das três correntes é
cada vez mais evidente apesar da ênfase
de cada igreja ser diferente em sua experiência
de convergência.
Uma Igreja não tem que mudar
necessariamente sua identidade quando chega a
fazer parte do movimento de convergência.
A maioria das Igrejas de convergência tem
uma base principal - ou uma expressão própria
– que está diretamente ligada à
corrente que a gerou. Dessa forma, elas podem
ser episcopais, ortodoxas, batistas, nazarenas,
carismáticas etc. e, mesmo assim, expressam
elementos de culto e ministérios de outras
correntes. Existem 3 tipos de Igrejas de convergência
que são as mais comuns hoje: as Igrejas
integradas, as inclusivas e as Igrejas de rede.
As Igrejas integradas têm
mantido sua identidade original. A esta base,
agregam em suas práticas de culto e ministério
elementos das outras correntes que não
possuem. Isto tem sido muito comum entre as Igrejas
litúrgicas/sacramentais e também
nas Igrejas mescladas, que são fundadas
entre as correntes evangélicas e carismáticas.
A igreja Nazarena Overland Park, Kansas, se enquadra
claramente no MC apesar de permanecer fortemente
identificada com sua herança confessional.
As Igrejas inclusivas são
aquelas que sofreram uma metamorfose ao se tornaram
parte do MC. Principalmente, de fundo carismático
e evangélico, estas igrejas se encontram
em si mesmas identificadas tão de perto
com outras correntes que chegam a modificar a
si mesmas e muitas chegam a fazer parte das confissões
litúrgicas/sacramentais. A Igreja do Rei
(Valdosta, Geórgia), a qual mencionamos
no início deste artigo, é provavelmente
a Igreja inclusiva mais conhecida nos últimos
anos.
As Igrejas de rede são as
mais independentes que têm feito parte do
MC e deixaram suas associações anteriores,
porém escolheram permanecer independentes.
Suas conexões se baseiam em relações
fortes com outras Igrejas similares. A maioria
delas provém da corrente carismática.
5. Um interesse
de integrar estrutura com a espontaneidade no
culto
À medida que o Espírito
de Deus continua movendo-se poderosamente no mundo,
novos odres (ou estruturas) são requeridos
para conter o poder e o potencial do vinho novo.
Apesar da maioria dos cristãos futuristas
esperarem que os odres novos sejam compostos de
Igrejas mais abertas e espontâneas, com
uma estrutura menos enfática, o Espírito,
independentemente do presente, ressalta a impressão
de que isto seria como verter vinho em uma rede
de peixes, especialmente em cristãos norte-americanos.
O fogo santo de Deus se acende
em fornos de fé nos quais a estrutura,
associada às formas litúrgicas,
permitem que o poder seja compartilhado sem o
temor de cair-se em erros. As liturgias se reintroduzem
para trazer um equilíbrio necessário
ao culto entre todos os elementos que as escrituras
revelam como sendo necessários para adorar
a Deus em Espírito e em verdade.
A palavra “liturgia”,
significa literalmente “o serviço
das pessoas”. Pela implementação
dos elementos litúrgicos, o culto passa
a ser o serviço do corpo na adoração,
no arrependimento, no escutar das Escrituras e
na celebração da morte e ressurreição
de Cristo. Dentro dessas formas, sempre se pode
encontrar liberdade para a ação
espontânea do Espírito. Os credos
históricos da Igreja – o Credo dos
Apóstolos, o Credo Niceno, etc., estão
dando cada vez mais ao corpo de Cristo as raízes
fundamentais da ortodoxia. O Livro de Oração
Comum e outros recursos litúrgicos também
interagem com o culto e a adoração
espontânea nas Igrejas de convergência.
A Mesa do Senhor se celebra com uma maior compreensão
da santidade do acontecimento e as Igrejas seguem
o ano cristão e o calendário eclesiástico
mais consistentemente como um meio de levar o
povo a uma viagem anual de fé. Todas essas
expressões dão às comunidades
locais uma conexão maior com a Igreja mundial
e com a Igreja através da história.
6. Uma maior
participação dos sinais e dos símbolos
no culto através das cruzes, da arte cristã
e das vestes clericais.
A Igreja contemporânea começou
a recuperar a arte para Cristo. Neste movimento,
o uso de sinais e símbolos serve como a
representação maior da verdade.
Desta forma, outros símbolos aparecem também
como pontos de contato para unir duas realidades:
o sinal e o símbolo exterior e a realidade
interna e espiritual. As cruzes e as velas agora
adornam procissões em algumas Igrejas que
por anos tiveram a ostentação como
um sinal da morte da fé essencial. Alguns
pastores tornaram usuais as vestes clericais em
vários serviços, cultos e celebrações
da Igreja. Tudo isto serve como um sinal e enriquece
a realidade espiritual de ser unido com Cristo
e identificando com a fala profética estendida
a toda Igreja que diz: “Sejam um”.
7. Um compromisso
contínuo até a salvação
pessoal, o ensinamento bíblico e o trabalho
e ministério do Espírito Santo.
Alguns que olham esta “nova
direção” dos evangélicos
ou carismáticos estão ainda céticos.
Nesse sentido, nota-se claramente uma preocupação
de que essas Igrejas de convergência abandonem
sua herança e o valor da infalibilidade
bíblica e da conversão pessoal e
se percam comprometendo os elementos litúrgicos/sacramentais.
Com freqüência, essa preocupação
surge de experiências pessoais prévias
e negativas com certas expressões da Igreja
ou um estereótipo errôneo. Aqueles
que observam as Igrejas litúrgicas/sacramentais
estão geralmente preocupados que suas Igrejas
aceitem expressões mais conservadoras ou
fundamentalistas da fé e da prática.
Este movimento, definitivamente,
não é o abandono de uma corrente
por outra mas é uma convergência.
A obra de Deus é inclusiva e não
exclusiva, levando adiante cada elemento que foi
identificado. Dessa forma, temas como evangelismo,
missões e a obra do ministério pelo
poder do Espírito, permanecem intactos
nesse caminho. O poder de Deus continua a ser
liberado de forma maravilhosa na vida das pessoas,
produzindo a conversão, a santidade, a
liberdade e a mudança de vida.
A herança bíblica,
rica e essencial, da Igreja no poder e na primazia
da Palavra tem sido mais completamente desenvolvida
quando as Igrejas dão mais tempo no culto
à leitura em conjunto da Bíblia.
Isto cumpre a admoestação de Paulo
a Timóteo “dedique-se a ler as escrituras,
a pregar e a ensinar”. Ironicamente, em
um domingo pela manhã, geralmente, se lêem
mais as Escrituras geralmente em um serviço
litúrgico tradicional do que nas reuniões
evangélicas ou carismáticas
Conclusão
O futuro da Igreja será
impactado significativamente pelo Movimento de
Convergência. Os muros entre grupos e denominações
são véus que se podem romper abertamente,
dando às outras ramificações
do cristianismo uma maior oportunidade de experimentar
outras formas de fé e prática.
Quando o Movimento de Convergência
se consolida, denominações encontram
crescimento numérico e refrigério
nas suas Igrejas. A grande quantidade de ingresso
de pessoas, com vários níveis de
contatos nessas Igrejas, tráz uma vitalidade
para a antiga fé que é vibrante
e forte. Sua devoção intensa pelas
formas antigas será contagiante e será
acolhida por aqueles que perderam seu entusiasmo.
As trajetórias educativas
formais e informais em várias correntes
podem chegar a ser muito mais extensas em seu
alcance, dirigindo-se a temas que podem ser a
teologia e as práticas sacramentais, os
ritos de iniciação, a obra do Espírito
Santo, etc.
O Movimento de Convergência
abrirá também maiores oportunidades
para recursos e ministérios compartilhados
devido à arquitetura e a disposição
das Igrejas em serem conduzidas aos elementos
mais comuns do culto de diferentes correntes.
Os enfoques do ministério chegarão
a ser também mais semelhantes, permitindo
uma maior variedade de Igrejas que trabalhem conjuntamente
no evangelismo, no discipulado, na ação
social e na vida da comunidade cristã.
Nos versos finais do Antigo Testamento,
existe uma promessa referente ao espírito
de Elias que converterá o coração
dos pais ao coração dos filhos e
o coração dos filhos ao coração
dos pais. Ao mesmo tempo, esses versos vão
sendo usados em nossos dias para caracterizar
a necessidade de converter os valores das famílias.
Existe também a esperança que um
novo espírito se derrame sobre a Igreja
e faça converter os corações
desta geração de crentes até
aos pais apostólicos e outros que formaram
a fé essencial idealizada nos séculos
posteriores à ascensão de Cristo.
Eles Imaginaram e trabalharam por um cristianismo
que era ortodoxo e duradouro de geração
a geração, operando na estreita
aderência à revelação
de Cristo para a Igreja. A Igreja do Século
XXI olha agora com entusiasmo os pais da fé
e descobre nova vida nas formas e estruturas que
Deus construiu em seu meio.
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